Desde 2015, grupo fazia Hamburgada do Bem na cidade e montou uma ação por conta da Covid-19; trabalho também é feito em São Paulo
Tácio Watanabe
Por: Jéssica Souza
Notícia
Publicado em 13.04.2020 | 11:03 | Alterado em 27.02.2024 | 16:22
Moradores atuam com Hamburgada do Bem e criaram centro de informação e higiene @Tácio Watanabe
Falta de informação. Foram essas palavras que despertaram o olhar para que voluntários criassem dois núcleos de prevenção da Covid-19 para moradores de rua em Guarulhos e em São Paulo.
Os núcleos vão funcionar com três frentes pelos próximos 15 dias, com possibilidade de prorrogação, sendo: informação, conscientização e higienização.
A ação foi criada por moradores de Guarulhos que realizam desde 2015 a Hamburgada do Bem no município.
“Nós fomos para a rua e percebemos que eles [os moradores] não tinham noção no que estava acontecendo. Por isso, a necessidade de manter todos informados e a criação dos núcleos”, diz Tácio Watanabe, 32, fundador da Hamburgada.
A tenda possui pias com água e produtos de higiene. Também é feita uma triagem básica por meio do aplicativo do SUS (Sistema Único de Saúde), medição de temperatura e uma televisão com dicas de prevenção e notícias relacionadas a pandemia para a população que não possui acesso a essas informações.
“A triagem está sendo realizada por profissionais voluntários da área da saúde. Na linha de frente da ação temos 90 voluntários de 500 inscritos para ajudar”, explica Tácio.
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A Hamburgada do Bem surgiu em 2015 como um dia focado na recreação de crianças da cidade. Eles também realizam a Hamburgada na Rua, que oferece atendimento médico, odontológico e veterinário para os moradores de rua e os animais de estimação.
Com doações, os dois eventos possuem a distribuição gratuita de hambúrgueres para os voluntários e participantes.
Aproximadamente 400 voluntários doaram para edições previstas para o mês de março. Com a pandemia do coronavírus, eles reverteram as contribuições para criar os núcleos.
O investimento para colocar cada núcleo na rua chega numa média de R$ 10 mil. As localizações são na Praça Getúlio Vargas, em Guarulhos, com aproximadamente 200 atendimentos por dia, e em São Paulo no Largo São Francisco, com mil atendimentos.
Grupo montou pias para higienização @Tácio Watanabe/Divulgação
Os núcleos foram para as ruas na semana passada e para manter o distanciamento recomendado pelos profissionais da saúde, existe uma fila organizada para o atendimento.
“Esse projeto vai além da identificação dos sintomas do coronavírus, ele reflete o quão importante é manter as pessoas informadas para conseguir oferecer a elas a prevenção mínima para os riscos”, diz o bombeiro Hugo Maximo, 22, um dos voluntários..
Além dos núcleos, os voluntários pensam em atuar em mais duas frentes, como a entrega de kits de higiene para pessoas consideradas como grupo de risco nas periferias e a “adoção” de aproximadamente 100 famílias para auxiliar com uma bolsa-auxílio, medicamentos e cesta básica.
Trabalho começou na semana passada @Divulgação
CORONAVÍRUS EM GUARULHOS
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde nesta quinta-feira (9), o número de casos suspeitos de coronavírus (Covid-19) subiu 2.269 em Guarulhos.
Destes, 107 foram confirmados. A cidade também já tem 12 mortes causadas pela doença confirmadas e outras 48 óbitos em investigação.
A prefeitura tem mantido as medidas de isolamento social nos últimos dias. Os atendimentos para coronavírus estão sendo direcionados para o Centro de Combate ao Coronavírus, próximo ao Hospital Geral de Guarulhos, ao lado do Clube Cecap, na avenida Odair Santaneli, 101.
Jornalista, santista, cofundadora e correspondente de Guarulhos desde 2013. Trabalha com criação de conteúdo para redes sociais, amante da fotografia e viciada em chocolate.
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