A audiência pública sobre o Plano de Metas (2017-2020), ocorreu no auditório do CEU Perus
Por: Redação
Publicado em 17.04.2017 | 14:00 | Alterado em 17.04.2017 | 14:00
Moradora de Perus há 25 anos, Lenilda Leite, 55, foi uma das quase 60 pessoas que marcaram presença na audiência pública sobre o Plano de Metas (2017-2020), ocorrida no dia 8 de abril, no auditório do CEU que leva o nome de sua prefeitura regional.
Integrante do Conselho de Saúde da região, Lenilda fez parte do grupo de 13 pessoas que apresentou suas propostas no microfone aberto durante os concedidos três minutos de fala para cada inscrito.
Entre as principais reivindicações da moradora, estava a construção de mais UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e UBSs (Unidades Básica de Saúde), sobretudo no Recanto dos Humildes, um dos bairros do distrito de Perus.
“O único posto de saúde que temos no Recanto se tornou pequeno demais para a quantidade de trabalho que surge. Não há lugar para enfermeiros trabalharem, para os agentes de saúde fazerem seus relatórios. Nós, moradores, já fizemos um abaixo assinado para que o projeto de construção de uma nova unidade saia do papel”, explica a integrante do conselho.
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Além do atraso nas obras e na entrega de novas unidades de saúde, a escassez de profissionais da área e a ausência de um hospital na região também foram queixas pontuadas pelos presentes.
A prefeitura regional de Perus, acompanhada da de Cidade Ademar e Parelheiros, ocupa a última posição no ranking quando o assunto é leito hospitalar, visto que não há hospitais no distrito homônimo. Enquanto a Sé, a Vila Mariana e Pinheiros são as primeiras da lista. Os dados são do Observatório do Cidadão da Rede Nossa São Paulo.
“Não é acelera São Paulo? Então vamos acelerar também a construção de equipamentos de saúde pública. Senão veremos mais quatro anos passar e a gente vai continuar sem UPA, sem hospital. Que o novo governo dê especial atenção às obras já em andamento para não atrasar e trate a questão com seriedade”, solicita Paulo dos Santos, 53.
Combate a enchentes
Os moradores também cobraram atenção especial às obras de mobilidade urbana e a construção de um Parque Linear para conter o número cada vez mais frequente de enchentes.
“A população é muito prejudicada pelas enchentes. Essa demanda é urgente e não é de hoje que cobramos algo. Há mais de 10 anos que estamos tentando resolução, citando o problema aos administradores regionais que passaram por aqui. Se não há dinheiro para construir o Parque Linear, então que pelo menos sejam feitos os piscinões”, pontua Mario Bortoto, 59, integrante de um dos movimentos sociais da região.
Para Willams Fernandes, 44, representante da Associação Comercial do Distrito Anhanguera, também pertencente à prefeitura regional de Perus, é preciso investir em mobilidade e garantir o acesso entre os bairros de Anhanguera de forma mais rápida. Pois, apesar de próximos, eles ocupam lados opostos da Rodovia Anhanguera, o que dificulta o trajeto.
“Solicitamos a construção de um viaduto que ligue o Morro Doce ao Sol Nascente. Isso é importante para uma melhor qualidade de vida e circulação da população”, diz.
Prevista para encerrar às 17h, a audiência terminou meia hora mais cedo devido à pouca quantidade de público. Líderes comunitários, representantes políticos ou de associações foram maioria entre os que compareceram. Presidido pelo prefeito regional, Eduardo Rosmaninho, o evento contou também com a presença de Thiago Amparo, Secretário Adjunto dos Direitos Humanos e Cidadania.
Para os moradores, a ausência de público está ligada à má divulgação e à atual descrença da população na classe política.
“Faltou realmente divulgação. Se houvesse interesse e compromisso político com o povo, teriam divulgado melhor. Porque condição de fazer, isso tem. A gente sabe que a participação política está muito difícil, há muita descrença, mas afastar não é o caminho. As pessoas precisam discutir os problemas do seu bairro”, concluiu Bortoto.
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