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Empresas de bairro são única opção de internet na periferia da zona norte

Banda larga até chega, por meio de telefonias conhecidas, mas não é o que acontece na prática

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Ira Romão/Agência Mural

Por: Redação

Notícia

Publicado em 26.09.2017 | 15:28 | Alterado em 16.03.2023 | 14:31

Tempo de leitura: 3 min(s)

Vila Zilda, Jardim Fontalis, Jardim Flor de Maio e Jova Rural são os bairros da zona norte de São Paulo onde os moradores mais sofrem com os serviços de internet.

“Moro aqui há anos e sempre tive dificuldades em contratar um plano de internet. Uma vez me ligaram de uma dessas grandes empresas informando que tinham acabado de instalar um sinal ótimo na minha região. Quando o aparelho chegou, não funcionou”, conta Danilo Matos, 29, morador do Jardim Flor de Maio. Essa é uma realidade comum à maior parte da população local.

O acesso à internet de banda larga até chega, por meio das promessas de telefonias conhecidas, mas não é o que acontece na prática. Para isso, a população precisa recorrer à microempresas locais.

Para não ficar sem internet, Danilo usava a do celular como roteador. Mas com o surgimento de empresas de internet nos bairros como Jardim Fontális e Flor de Maio, ele teve mais opções. “Hoje uso a de uma das empresas pequenas que atuam por aqui e estou satisfeito”.

Nesses bairros, a maioria das pessoas usa internet de empresas que nasceram nas redondezas via rádio ou via fibra.

“Já sofri muito fazendo inúmeros pedidos de internet banda larga para minha casa. As grandes empresas sempre falam que têm sinal. Mas quando chega o aparelho, nunca funciona. Há uns cinco ou seis anos usávamos a discada ainda”, diz uma moradora que preferiu não se identificar.

Uma das pequenas empresas que funcionam nos bairros Jardim Fontalis, Flor de Maio e redondezas é a Imunidade Digital, que possui grande número de clientes.

“Operamos por meio de redes de fibra óptica, rádio frequência e cabos UTP. Tudo depende da viabilidade da região. Estamos conectados ao PTT-Metro de São Paulo, o que garante para nossos clientes a melhor experiência na utilização do serviço”, comenta Henrique Lemos, porta-voz e fundador da empresa.

A microempresa conta com oito funcionários e atua na região há 10 anos. “Relativamente não temos proporção do tamanho inicial onde tudo começou, pois partiu do zero”, comenta Lemos. Os planos atuais vão de 2 a 50 megas e com valores que variam de R$ 53 até R$ 250”.

“Uso a internet que temos disponível no bairro. Antes era via rádio, agora já tem por cabo. Já usei internet da Claro via modem e a conexão vivia caindo ou ficava muito tempo off. Cancelei porque fiquei no prejuízo. Já pedi a Vivo e funcionou muito mal. Até o momento, a internet da comunidade é a melhor opção”, comenta Elielma Santos, 30, auxiliar têxtil.

Apesar de alguns moradores de bairros da zona norte reclamarem da falha de serviço da operadora Claro, ela atende quase 92% da população do estado de São Paulo, seguida por SKY (76,2%), Tim (71,8%), Vivo (50,0%), segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

Outro lado

Em contato com grandes operadoras de internet a respeito da disponibilidade do serviço nos bairros da região, a Tim enviou ao 32xSP o seguinte comunicado: “A TIM informa que o TIM Live, plano de internet fixa da operadora, ainda não está disponível no Jardim Fontális, Jova Rural e região. Vale ressaltar, no entanto, que a companhia está trabalhando em um plano de expansão para estender a sua cobertura”.

A Vivo e a Claro não se manifestaram, enquanto a Oi enviou o link do seu site para acessar os planos. De qualquer maneira, é necessário primeiro contatar a empresa pelo telefone ou pessoalmente em uma loja.

A ausência de internet na periferia de São Paulo é tão grande que usuários criaram um fórum para discutir o problema. A página é no site da Vivo onde vários moradores reclamam do problema.

“Gostaria de sugerir que vocês façam mais investimentos em regiões periféricas de São Paulo que parecem totalmente abandonadas com o Speedy. Infelizmente na minha região, Jardim São Savério, possui total monopólio dos serviços de vocês”, reclama um morador da zona sul.

“O problema não é só falta de investimento nas regiões, a Vivo deveria não só fazer isso como também melhorar a qualidade de sua banda larga. Neste fórum há inúmeros tópicos reclamando desta falta de qualidade ainda mais de clientes que saíram de outras operadoras”, diz outro usuário.

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Redação

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