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Ex-deputada estadual, Rosmary Correa é a prefeita de Santana/Tucuruvi

Capacitação profissional pode ser uma saída para combater as diferenças entre os distritos, segundo a administradora local

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Por: Redação

Publicado em 28.04.2017 | 14:04 | Alterado em 28.04.2017 | 14:04

Tempo de leitura: 3 min(s)

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“Quando se elegeu, o prefeito João Doria (PSDB) fez uma reunião conosco para que, em princípio, focássemos todo nosso empenho e trabalho na zeladoria da cidade”, afirma Rosmary Correa, nova prefeita regional de Santana/Tucuruvi.

Delegada e ex-deputada estadual, Rosmary, ou Delegada Rose, como é popularmente conhecida, afirma que o “desafio é novo”. “Estou sabendo um pouco mais das necessidades”, diz ela, que mora na região desde quando nasceu, há 67 anos.

Os trabalhos de zeladoria, explica, são aqueles comuns a toda cidade, como limpeza de vias, poda e retirada de árvores caídas. De acordo com dados fornecidos pela unidade, no primeiro mês de gestão, 241 buracos foram tapados, 164.350 m² de mato e grama foram cortados, 652 árvores podadas e 45 removidas, além de 212 metros de galerias inspecionadas e reformadas.

“Todos esses serviços, de alguma maneira, fazem com que nossa região tenha poucos índices de enchente e alagamentos”, assegurou.

Embora considere a região “privilegiada” em comparação a outras prefeituras regionais, a ‘prefeita’ reconhece que existem diferenças entre os próprios distritos, como é o caso de Santana e Tucuruvi, com indicadores mais positivos em comparação ao Mandaqui.

De acordo com dados do Observatório Cidadão, a quantidade de equipamentos culturais em Santana é quase cinco vezes superior ao Mandaqui, por exemplo.

Rosmary, no entanto, destaca o alto número de população em situação de rua na região, o que configura um dos principais problemas e desafios ao longo de sua gestão.

“Na [avenida]  Zaki Narchi existe um abrigo para 900 pessoas. Sempre faço crítica a essa política de abrigamento, que te dá banho, comida, dormida, mas no dia seguinte você levanta, toma café e vai embora. Graças a Deus, o prefeito e a Secretaria de Assistência Social estão verificando essa política”, afirma.

“Você não consegue, na realidade, devolver dignidade para ninguém desse jeito. É muito difícil não ter para onde ir. Eles ficam nas imediações. Muitos pegam o lixo, abrem e tiram o que interessa, e fica o resto. Todos os dias o caminhão passa limpando, mas parece que a prefeitura regional não está vendo, o que não é verdade”, explica.

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Santana/ Crédito: wikipédia

Rosmary sugere alternativas, como a capacitação profissional. “Nós temos a equipe da Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Se pegarmos nosso pátio para dar um curso de jardinagem para eles, por exemplo, na hora em que estiverem prontos, quando aprenderem, dá para conversar com síndicos e zeladores oferecendo o trabalho desses novos profissionais. Todo mundo procura jardineiro, pois não há mão de obra suficiente”, propõe.

“Se a gente conseguir formar esses grupos, eles já saem com o aval da prefeitura regional. São pequenas coisas que você consegue botar em prática, sem grande custo, devolvendo a dignidade. Tem gente que está na rua, mas não é porque quer, mas porque não consegue sair”, completa.

CIDADE LINDA

Rosmary defende o ‘embelezamento’ da cidade proposto por Doria por meio do programa “Cidade Linda”. “Nossa cidade está um pouco maltratada. Precisa realmente de um embelezamento. Na minha opinião, quando se trabalha em um ambiente agradável, quando se vê a cidade bonita, a autoestima se eleva”, garante.

“Os problemas continuam iguais, mas parece que existe uma facilidade de resolvê-los porque você circula no meio de coisas limpas, arrumadas, e isso é importante”, diz.

As mudanças, assegura a prefeita local, não devem ser apenas externas, mas também no ambiente de trabalho. “Eu vim pra cá [para o gabinete] e a primeira coisa que eu fiz foi trazer meu tapete, meu quadro e arrumar [a sala]. Eu passo a maior parte do meu tempo, do meu dia aqui. Então eu preciso estar num ambiente que eu goste, que seja agradável pra mim e pra quem vem aqui”.

PRIMEIRA DELEGACIA DA MULHER

Depois passar em um concurso para escrivã de polícia, Rosmary se enveredou para o curso de direito e logo se tornou delegada. Permaneceu na carreira até 1990. Antes disso, no entanto, foi escolhida para instalar a primeira delegacia de defesa da mulher do mundo, a DDC.

“Foi em 1985. Foi um trabalho pioneiro no mundo inteiro. Trabalhei na expansão das delegacias pelo estado de São Paulo, depois pelo Brasil, e inclusive internacionalmente, como na Argentina e no Japão”, afirma.

Segundo ela, após as delegacias, em função do trabalho dedicado às políticas das mulheres, candidatou-se para o cargo de deputada estadual, permanecendo por quatro mandatos no cargo, de 1994 a 2006.

Sem conseguir se reeleger, a delegada foi convidada a trabalhar no Palácio do Governo como subsecretária de Assuntos Parlamentares do Governo do Estado de São Paulo. “Eu era responsável por fazer o link com as assembleias e emendas parlamentares. Verificava a possibilidade de despachar para o governador. Foram seis anos trabalhando com ele no palácio”, relembra.

Além disso, Rosmary também preside há nove anos o Conselho Estadual de Condição feminina. “Não há remuneração e represento sociedade civil. Não há impedimento”, finaliza.

Foto principal: Sidney Pereira

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