Por: Redação
Publicado em 27.07.2017 | 14:00 | Alterado em 27.07.2017 | 14:00
O comerciante Elias Macedo, 31, mora desde que nasceu no bairro Jardim São Vicente, no distrito de São Miguel Paulista, zona leste. Ex-aluno da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Almirante Pedro de Frontin, nos arredores de sua papelaria, vibrou quando o então prefeito Fernando Haddad (PT) anunciou, em 2015, que a escola seria transformada em um CEU (Centro Educacional Unificado). O projeto visava unir em um único equipamento a EMEF, uma EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil), o Clube da Comunidade e o Centro Esportivo do bairro.
Mas o sonho da região de ter o seu próprio CEU deve ficar no papel. Segundo decreto do prefeito João Doria (PSDB) no “Diário Oficial” do último dia 19 de julho, as obras do complexo educacional estão temporariamente suspensas. “Fico triste. A escola aqui era muito boa e agora vai ficar esse esqueleto de obra aí. Não valorizam a população da zona leste”, desabafa o comerciante.
Há poucas quadras do CEU, outra obra prioritária para o bairro, a UBSI (Unidade Básica de Saúde Integral) Cidade Nova São Miguel, também encontra-se suspensa por decreto do prefeito. O equipamento estava sendo construído no terreno do antigo Sacolão do Trabalhador, na avenida Rosária.
“Teve muita luta aqui dos moradores por esse posto de saúde. Esse terreno aí era vazio, dava medo na gente”, relata a aposentada Maria Marta Coutinho, 71. “Além disso, onde o posto está hoje é muito ruim, é uma casinha bem apertada”.
A casinha na qual a aposentada se refere é um sobrado onde funciona a atual UBS Cidade Nova, muito pequeno para a alta demanda da região, e pouco acessível para deficientes e idosos.
Tanto o CEU quanto a UBSI eram metas previstas no Programa de Metas 2012-2016, da gestão municipal anterior. Já a versão do atual governo, apresentada por Doria no início deste mês, não dedica espaço aos CEU’s, e prevê a construção de 3 UBSs na região de São Miguel. Em reportagem publicada no dia 11 de julho, a Secretaria Municipal de Gestão informou que as novas unidades se referem às obras já iniciadas na gestão de Haddad. Questionada pelo 32xSP sobre o decreto, a Prefeitura de São Paulo não soube responder.
Foto: Secretaria Municipal de Educação
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