Por Humberto do Lago Müller | 28.03.2017
Publicado em 28.03.2017 | 13:00 | Alterado em 27.02.2024 | 16:43
“Logo fiquei vidrado naquilo e fiz o primeiro desenho. Usei a arte tirada de uma revista de skate chamada Tribo”. Já em 1997, Carlinhos fez a primeira arte na quadra da escola Melchior, localizada na Vila Sabesp. O artista conta que na época usava Nugget (Marca de graxa e produtos para sapatos) para escrever, pois não tinha o acesso aos produtos que usa hoje, “tudo era feito no pincel ainda”.
O primeiro grafite que teve em espaço aberto em Mairiporã fez com um amigo em 1999 no escadão. Palco, aliás, de vários grafites, inclusive com um evento coberto pela Agência Mural. Nessa época surgiu o coletivo TSM, Todos São Manos; a ideia era criar algo que agregasse a todos, não só o grafite, mas outras expressões de arte e música, muitas delas também marginalizadas.
Palco do primeiro grafite de Carlinhos na cidade, o escadão da região central hoje abriga artes suas, de amigos e também de alunos. Dentre elas está uma representação das belezas da cidade (Humberto Müller/Agência Mural)
Em uma das oficinas ministradas, de 22 alunos, 15 eram meninas. No final, a maioria delas ainda estava no curso. Carlinhos ficou muito feliz com a participação feminina, pois acredita que as meninas têm uma visão diferente, às vezes muito pessoal, e trazem outra “vozes” para o movimento.
Já em 2014, idealizou o primeiro encontro de grafiteiros da região, para revitalizar parte da entrada da cidade.
Por toda a cidade podem ser vistas suas máscaras, com influências indígenas e afro (Humberto Müller/Agência Mural)
Formado em artes, ele acredita que o interesse pelo grafite foi fundamental para que ele chegasse na faculdade (Humberto Müller/Agência Mural)
Produção da série: Priscila Pacheco, correspondente do Grajaú
Leia também:
As faces do grafite nas periferias de São Paulo
27 grafites nas periferias de SP que você precisa apreciar
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
Se você quer saber como republicar nosso conteúdo, seja ele texto, foto, arte, vídeo, áudio, no seu meio, escreva pra gente.
Envie uma mensagem para [email protected]