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Instagram do 'Nós, mulheres da periferia' sofre ataque e conteúdos são apagados

Veículo independente, que realiza cobertura jornalística a partir de gênero e é parceiro da Agência Mural, teve a conta invadida

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Divulgacão

Por: Redação

Notícia

Publicado em 31.05.2021 | 12:29 | Alterado em 22.11.2021 | 16:15

Tempo de leitura: 2 min(s)

Na manhã desta segunda-feira (31), a conta do Instagram do Nós, mulheres da periferia foi invadida.

As integrantes contam que não conseguiram entrar no próprio perfil na rede social. “Nossas fotos de mais de 7 anos de trabalho, comprometido com as histórias e vozes das mulheres, foram todas apagadas”, relatam. “No lugar, estão sendo publicadas imagens aleatórias.” 

Para tentar reverter a situação, o veículo entrou em contato com o Facebook, empresa responsável pela plataforma, e aguarda as devidas providências. 

Em atividade desde 2014, o objetivo do projeto é democratizar o debate público e aproximá-lo da realidade brasileira, que tem uma população majoritariamente formada por mulheres negras.

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Grupo lançou em 2014 portal para cobrir a vida das mulheres que vivem nas periferias @Divulgacão

Na nota oficial divulgada, o Nós diz que, não por acaso, a invasão ocorreu um dia depois da realização da cobertura do ato contra o presidente Jair Bolsonaro, no sábado (29). “No próprio dia do ato, durante a cobertura, recebemos uma série de comentários racistas, como ‘negras’ e ‘burras’ em uma das postagens.”

Além da denúncia, o grupo diz que o caso não é isolado. Contas de outras mídias independentes recentemente também foram invadidas, como a Ponte Jornalismo e Portal Catarinas.

LIBERDADE DE IMPRENSA

Para o Nós, visibilizar o caso é denunciar o ataque à liberdade de imprensa no país. 

O Brasil ocupa a 107ª colocação no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa de 2020 estabelecido pela Repórteres sem fronteiras. Ao longo de 2020, 580 casos de ataques contra a imprensa foram registrados no monitoramento. 

Frente aos ataques, o grupo diz que reafirma seus valores como mídia independente, negra e periférica, principalmente nesse momento de pandemia, “no qual mulheres negras e da periferia são dos grupos mais atingidos pela crise sanitária.”

“Por isso, precisamos continuar contando nossas histórias, para que mais mulheres tenham acesso à informação como um direito universal”, afirmam, em nota. 

Leia no site do Nós, mulheres a nota na íntegra.

ATUALIZAÇÃO: por volta das 14h desta segunda-feira (31), o portal conseguiu recuperar as publicações. Acompanhe o perfil clicando aqui.

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