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Itaim Paulista luta por espaços públicos de lazer e cultura

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Por: Redação

Publicado em 01.08.2016 | 15:25 | Alterado em 01.08.2016 | 15:25

Tempo de leitura: 3 min(s)

A subprefeitura do Itaim Paulista, uma das regiões com maior densidade demográfica da cidade, localizado no extremo leste da capital, tem sofrido com o abandono de espaços públicos destinados ao lazer, como os parques municipais. O Plano de Metas da prefeitura prevê a readequação de cinco parques no bairro mas, restando menos de seis meses para o fim da gestão, nenhum dos projetos saiu do papel, conforme mostram os dados da plataforma PlanejaSampa, que acompanha o andamento das metas estabelecidas para a cidade.

Apesar disso, a população tem se mobilizado de forma autônoma para garantir que a comunidade tenha acesso a esse tipo de espaço, que é fundamental para o aumento da qualidade de vida. Foi a partir dessas mobilizações que conquistaram o Parque Municipal Central do Itaim Paulista, localizado à Rua João Antônio de Medeiros. A área, uma antiga chácara de 33 mil m² que conta inclusive com nascentes de água no solo, estava abandonada há décadas. Seria loteada por uma construtora, mas um abaixo-assinado, que contou com apoio de mais de 10 mil moradores, reverteu a situação fazendo com que a prefeitura comprasse o terreno para transformá-lo em parque.

Tatiane Pereira, 35, é moradora do bairro, trabalha como empregada doméstica e aproveita as férias para frequentar o parque com a filha. “Esse é o único lazer que tem para as crianças aqui, ela estuda de manhã e à tarde vem para o parque. A chácara das flores está abandonada, cheia de ‘nóia’”.

O parque a que se refere Tatiane é um dos que deveria ser revitalizado pela prefeitura. Além dele, também se encontram na fase inicial de projeto de readequação o Parque Linear Água Vermelha, Parque Chico Mendes e o Parque Linear Itaim. Já o Parque das Águas teve a fase de licitação concluída, mas as obras ainda não começaram.

Mesmo com a abertura do Parque Central, a comunidade ainda sente falta de mais atividades e opções de lazer e de cultura no espaço. “O terreno [do parque] é muito bom, o espaço é ótimo, mas tem que fazer mais coisas aqui. Daria pra fazer uma piscina, um clube ou até uma biblioteca” opina Marcos Costa, 42, porteiro e morador do Jardim Silva Teles.

Ele não é o único que faz planos para o parque. O coletivo Ecoflora Urbana, que realiza oficinas de educação ambiental em escolas do Itaim e da Cidade Tiradentes, tem o intuito de transformar algumas áreas do parque, que estão fechadas ao público, em espaços culturais e pedagógicos. O projeto do coletivo prevê a criação de uma área para plantio e produção de alimentos, de um viveiro de mudas, além de um espaço para eventos e realização de oficinas e cursos.

Questionado sobre os espaços culturais da região, Diego Gabriel Monte, 27, integrante do Ecoflora Urbana, ressalta as dificuldades enfrentadas na Casa de Cultura do Itaim Paulista. “A estrutura é muito ruim. É um prédio de três andares que não tem elevador, o acesso é muito ruim. Algumas oficinas, como a de yoga, já aconteceram no terceiro andar e muita gente não conseguia frequentar, principalmente o pessoal da terceira idade”. Sobre o casarão localizado dentro do parque, Diego acredita que seria um espaço mais adequado à proposta de atividades culturais. “Só a parte de cima do casarão tem sete salas, banheiro grande. Precisa de uma reforma, mas a estrutura está muito boa”, completa.

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Espaço no interior do Parque Central que poderia oferecer atividades culturais

A preocupação com os equipamentos culturais da subprefeitura não é à toa. Entre 2006 e 2014, o Itaim Paulista caiu da 7ª para a 11ª colocação no ranking do Observatório Cidadão, da Rede Nossa São Paulo, que compara a disponibilidade de centros e espaços culturais nas 32 subprefeituras de São Paulo.

Já em relação às áreas verdes, os dados são mais animadores. Enquanto os vizinhos São Miguel Paulista e Ermelino Matarazzo mostram quedas significativas na quantidade de áreas verdes públicas em seus territórios entre 2013 e 2014, o Itaim Paulista ampliou de 3,55% para 3,6% esse índice durante o mesmo período.

Para os moradores dos distritos administrados pela subprefeitura, esse deve ser só o começo. Enquanto buscam recursos financeiros para concretizar o projeto de uso do Parque Central, coletivos como o Ecoflora Urbana e o AoA Produções já mantém funcionando a Ocuparque, utilizando áreas ociosas do parque para realização de atividades culturais como saraus, sound system e oficinas.

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