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Agência de Jornalismo das periferias
32xSP

Moradores da Pompeia se mobilizam para proteger nascentes em torno de praça

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Por: Redação

Publicado em 30.11.2016 | 12:58 | Alterado em 30.11.2016 | 12:58

Tempo de leitura: 3 min(s)

A Praça da Nascente, como é conhecida a praça Homero Silva, destaca-se como um ponto verde em meio ao concreto do bairro da Pompeia, na zona oeste de São Paulo. O espaço de 12 mil m² é reconhecido como uma Zepam (Zona Especial de Proteção Ambiental), pois, em seu entorno encontram-se as nascentes do Córrego Água Preta. No entanto, estas nascentes estão ameaçadas por um edifício a ser construído no local.

Diante do iminente prejuízo às nascentes, moradores, frequentadores da praça e ambientalistas se mobilizam para barrar a aprovação do empreendimento imobiliário da construtora EXTO. Organizados através do coletivo Ocupe&Abrace, que revitalizou a praça há três anos, os ativistas pretendem chamar a atenção do poder público para evitar o que consideram um desastre ambiental, já que os fundamentos do edifício afetarão o fluxo de água e a vegetação do local.

“As nascentes são uma riqueza da cidade, um patrimônio dos cidadãos que vivenciam hoje o paradoxo de estar em um município em crise hídrica, tendo tanta água de qualidade debaixo de seu solo. Por isso essa riqueza precisa ser preservada. Ela representa vida para as pessoas, vida para o próprio meio ambiente, já que a fauna e a flora que habitam a Praça da Nascente dependem dessa água”, conta Adriana Carvalho, 44, jornalista e membro do Ocupe&Abrace.

Se aprovado, o empreendimento terá 22 andares e três subsolos na altura do número 2193 da Avenida Pompeia. A incorporadora obteve alvará para a demolição das casas que havia no local e agora pede um segundo alvará, para edificação nova, que se encontra em análise na Secretaria Municipal de Licenciamento.

Para a Rede Minha Sampa, que apoia a campanha e articula a pressão ao poder público sobre a questão, há falta de diálogo com a população e de um estudo aprofundado sobre o impacto ambiental do empreendimento.

praca-da-nacente-2_tamires-taves“Até agora, a Secretaria de Licenciamento não se mexeu para encomendar estudos complementares da Secretaria de Verde e Meio Ambiente e nem da Cetesb. Um estudo do Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC) atesta a existência de nascentes naquele terreno e a construção de subsolos no local pode rebaixar o lençol freático que compreende a região da Pompeia”, afirma Leonardo Milano, 20, membro da equipe de mobilização da Minha Sampa.

A região afetada, administrada pela Subprefeitura Lapa, já apresenta índices baixos em se tratando do meio ambiente. Segundo os indicadores da Rede Nossa São Paulo, a cobertura vegetal, em 2013, era de 13.660.161 km, considerada abaixo da média em relação às demais subprefeituras. Os indicadores apontam, também, que a área verde por pessoa na Lapa é de 4,71 – considerado um dos piores índices em comparação às demais regiões. O programa Cidades Sustentáveis propõe uma meta de acordo com a recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde): um mínimo de 12 m² de área verde por habitante.

“Há uma falta de espaços públicos de lazer, gratuitos, com espaços verdes que nos proporcionam uma nova forma de usufruir da cidade. Este é um dos poucos e precisamos lutar por ele. A praça foi revitalizada recentemente e se tornou um espaço muito bom que pode ser de acesso não só às pessoas do bairro, mas de outras regiões de São Paulo. Não faz sentido substituí-lo por um edifício privado”, comenta Tássia Almeida, 24, psicóloga e frequentadora da praça.

O coletivo Ocupe&Abrace realizará, no dia 4 de dezembro, das 10h às 19h, o Festival Praça da Nascente. Um evento () com programação artístico-cultural para conscientização sobre a importância desta praça e sua preservação. A petição online da Minha Sampa para a proteção das nascentes pode ser assinada aqui.

Outro lado

Em nota, a EXTO informou que a documentação completa de seu terreno na avenida Pompeia está de acordo com as normas vigentes em todas as esferas do poder público e que nenhuma obra será iniciada sem que seu licenciamento seja autorizado por parte desta Municipalidade.

O 32xSP entrou em contato com a Secretaria de Licenciamento, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta.

Foto: Tamires Tavares

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