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Agência de Jornalismo das periferias

Por: Paulo Talarico

Notícia

Publicado em 26.09.2024 | 10:46 | Alterado em 26.09.2024 | 10:46

Tempo de leitura: 3 min(s)

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Há quatro anos, três mulheres foram eleitas prefeitas na Grande São Paulo. O número é pequeno levando em conta que são 39 cidades. O cenário, por enquanto, indica que os números podem ser ainda menores. 

Dos 175 concorrentes ao comando das prefeituras nas eleições 2024, apenas 30 são candidatas, sendo que 14 municípios não possuem nenhuma mulher na corrida eleitoral: Guarulhos, Diadema, Carapicuíba, Mairiporã, Santana de Parnaíba, São Caetano do Sul, Jandira, Arujá, Biritiba-Mirim, Salesópolis, Ribeirão Pires, São Lourenço da Serra, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar.

Os dados são do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e foram levantados pela Agência Mural. Proporcionalmente, há uma leve melhora, sendo 17% das candidaturas, ante 15% em 2020. Mesmo assim, pouca coisa parece ter mudado quando se fala em comandar as prefeituras.

Para completar, das três prefeitas eleitas, apenas uma está na busca da reeleição: Priscila Gambale (PSD), que comanda Ferraz de Vasconcelos, no Alto Tietê.

Renata Sene (Republicanos) encerra o segundo mandato em Francisco Morato, na região norte, e ela apoia Ildo Gusmão (Republicanos) para a sucessão. No caso de Poá, a prefeita Marcia Bin (PSDB) desistiu de concorrer à reeleição.

Há uma outra prefeita na disputa: Penha Fumagalli (PSD) em Rio Grande da Serra, no ABC paulista. Ela foi eleita vice em 2020, mas assumiu a gestão após o afastamento de Claudinho da Geladeira.

Por outro lado, a cidade de Itapevi é onde há proporcionalmente maior equilíbrio, em especial por ter apenas duas candidaturas: a vereadora Camila Godoi (PSB) enfrenta o vice-prefeito Marcos Godoy, o Teco (Podemos). Com isso, 50% das candidaturas representam cada gênero.

Em números gerais, cinco cidades possuem duas mulheres candidatas, caso de São Paulo, onde há Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo). Mogi das Cruzes, Itapecerica da Serra, Cotia e Santo André também tem duas postulantes. 

Com relação a partidos, siglas da esquerda concentram a maioria das mulheres na disputa: 60%. O líder é o PSOL, que lançou candidatas em seis cidades. Na direita, o PL também aparece com 4 candidaturas.

Câmaras de vereadores

Para vereadores, a situação é um pouco melhor, com 34% das candidaturas sendo femininas. No entanto, os partidos são obrigados a registrar 30%. Ou seja, não houve um número muito maior do que aquele que é necessário ser cumprido pelos candidatos.

São 3,7 mil mulheres na disputa eleitoral, enquanto há 7,1 mil homens concorrendo a uma vaga de vereador. 

A cidade de Embu Guaçu é onde há a maior proporção, onde 4 a cada 10 políticos estão buscando uma vaga de vereador. 

A chegada de mulheres ao legislativo também é um tabu a ser vencido. Há cidades onde há mais de 30 anos não há nenhuma mulher entre os parlamentares, caso de Cotia. Na última eleição, apenas 10% dos que foram eleitos eram vereadoras. 

Nos últimos meses, a Agência Mural mostrou a dificuldade de mulheres para entrar na politica da região metropolitana.

Para Shisleni de Oliveira Macedo, pesquisadora do Centro de Estudos Periféricos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), para se manter no ativismo, as mulheres periféricas enfrentam barreiras como sexismo e capitalismo.

“A pessoa trabalha 8, 10, 12 horas por dia e faz duas horas para ir ao trabalho e duas horas para voltar, é difícil também que ela se engaje enquanto ativista política”, avalia.

“Ela precisa encontrar tempo, espaço na vida. Lembrando que as mulheres também têm outras jornadas, são as mulheres que cuidam de todas as pessoas, cuidam das crianças, das pessoas idosas, com deficiência, cuidam inclusive das coisas para os homens entrarem na política”, ressalta.

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Paulo Talarico

Diretor de Treinamento e Dados e cofundador, faz parte da Agência Mural desde 2011. É também formado em História pela USP, tem pós-graduação em jornalismo esportivo e curso técnico em locução para rádio e TV.

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