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Na Grande SP, 18 cidades não possuem cinemas

Dados da Ancine mostram que parcela considerável da região metropolitana não conta com salas; na capital, 54 distritos não têm esse tipo de espaço

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Lucas Landin/Agência Mural

Por: Lucas Landin | Paulo Talarico

Notícia

Publicado em 08.11.2019 | 17:36 | Alterado em 08.11.2019 | 20:10

RESUMO

Dados da Ancine mostram que parcela considerável da região metropolitana não conta com salas; na capital, 54 distritos não têm esse tipo de espaço

Tempo de leitura: 3 min(s)

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A estudante Ester Santos, 17, não tem o hábito de frequentar o cinema. Mas não por falta de vontade: é que as salas de projeção mais próximas de sua casa, no bairro de Chácara Copaco, em Arujá, na Grande São Paulo, ficam a 14 km de distância, já na vizinha Itaquaquecetuba.

Com 84 mil habitantes, Arujá faz parte das 18 cidades da região metropolitana de São Paulo que não possuem salas de cinema, segundo dados da Ancine (Agência Nacional de Cinema).

“Não costumo ir ao cinema porque eles são longe de casa”, lamenta Ester, que conheceu as telonas aos 11 anos, em uma sala de cinema dentro de um supermercado no Itaim Paulista, na zona leste da capital.

O tema da democratização de salas de cinema entrou em pauta esta semana, ao ser escolhido como tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A maioria dos distritos da capital, por exemplo, não contam com salas de cinema. No Brasil, apenas 7,4% das 5.570 municípios possuem esse tipo de equipamento.

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Cidades que não possuem sala de cinema na Grande SP
">Município ">População
">ARUJÁ " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">89.824
">BIRITIBA MIRIM " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">32.598
">CAIEIRAS " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">101.470
">EMBU -GUAÇU " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">69.385
">FERRAZ DE VASCONCELOS " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">194.276
">FRANCISCO MORATO " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">175.884
">JANDIRA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">124.937
">JUQUITIBA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">31.444
">MAIRIPORÃ " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">100.179
">PIRAPORA DO BOM JESUS " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">18.895
">POÁ " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">117.452
">RIBEIRÃO PIRES " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">123.393
">RIO GRANDE DA SERRA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">50.846
">SALESÓPOLIS " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">17.139
">SANTA ISABEL " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">57.386
">SANTANA DE PARNAÍBA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">139.447
">SÃO LOURENÇO DA SERRA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">15.825
">VARGEM GRANDE PAULISTA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">52.597
">EMBU DAS ARTES " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">273.726
" data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]" data-sheets-formula="=SOMA(R[-19]C[0]:R[-1]C[0])">1.786.703

Na Grande São Paulo, além de Arujá, as cidades de Biritiba-Mirim, Caieiras, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Jandira, Juquitiba, Mairiporã, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Salesópolis, Santa Isabel, Santana de Parnaíba, São Lourenço da Serra e Vargem Grande Paulista completam a lista do “apagão” cinematográfico. 

Na soma, essas cidades possuem 1,7 milhão de pessoas sem acesso a uma sala de cinema. A cidade de Franco da Rocha também consta, mas o município teve inaugurado um novo cinema recentemente

PASSADO COM SALAS

Mas nem sempre foi assim. Parte dessas localidades sem salas hoje chegaram a possuir cinemas de rua até aos 1980, mas desapareceram após o surgimento dos shopping centers.

Em Poá, o prédio do último cinema de rua, o Cine Joia, virou o retrato dessa decadência, e hoje está inutilizado. Enquanto isso, a cidade, que ostentou três estabelecimentos para ver filmes entre 1950 e 1989, está há mais de 30 anos sem nenhuma projeção.

O aposentado Sebastião Gomes, 68, diz sentir saudades dos cinemas poaenses. “Era bom. A turma ia lá com os amigos, namorada, era um ponto de encontro”, lembra. “Depois que fechou, nunca mais fui ao cinema”.

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Cidades com salas de cinema na Grande SP
">Município ">População ">Salas
">SÃO PAULO " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">12.176.866 ">349
">GUARULHOS " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">1.365.899 ">36
">SÃO BERNARDO DO CAMPO " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">833.240 ">31
">BARUERI " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">271.306 ">27
">SANTO ANDRÉ " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">716.109 ">22
">OSASCO " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">696.850 ">21
">COTIA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">244.694 ">11
">DIADEMA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">420.934 ">11
">ITAQUAQUECETUBA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">366.519 ">10
">MAUÁ " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">468.148 ">8
">MOGI DAS CRUZES " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">440.769 ">7
">SÃO CAETANO DO SUL " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">160.275 ">7
">CARAPICUÍBA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">398.611 ">5
">ITAPEVI " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">234.352 ">5
">SUZANO " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">294.638 ">5
">TABOÃO DA SERRA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">285.570 ">5
">ITAPECERICA DA SERRA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">173.672 ">4
">CAJAMAR " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">75.638 ">3
">GUARAREMA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">29.451 ">1
">FRANCO ROCHA " data-sheets-numberformat="[null,2,"#,##0",1]">154.489 ">3
">Total geral ">568

Também na Grande SP, Guararema saiu dessa estatística negativa em 2016, após a Prefeitura investir na recuperação de um antigo cinema de rua, o Cine Guararema. Inaugurado em 1921, havia fechado as portas em 1990 para dar lugar a uma igreja.

Sem nenhuma sala de cinema na cidade, a prefeitura resolveu investir no espaço, que foi reconstruído. Da estrutura original, apenas a fachada permaneceu em pé. A obra custou R$ 4,5 milhões aos cofres públicos, e hoje a operação é privada, feita pela empresa Centerplex.

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Lucas Landin

Mestrando em políticas públicas pela Universidade do Chile. Amante da política, das ferrovias e dos felinos. Entusiasta do transporte público. Correspondente de Itaquaquecetuba desde 2015.

Paulo Talarico

Diretor de Treinamento e Dados e cofundador, faz parte da Agência Mural desde 2011. É também formado em História pela USP, tem pós-graduação em jornalismo esportivo e curso técnico em locução para rádio e TV.

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