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Negras são as que mais têm dificuldades com exame pré-natal em Guaianases

Subprefeitura de Guaianases tem população negra com percentual de consultas pré-natal insuficiente muito baixo em comparação com a população de não negras

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Por: Redação

Publicado em 16.12.2016 | 9:03 | Alterado em 16.12.2016 | 9:03

Tempo de leitura: 2 min(s)

A dona de casa Daiane da Conceição, 23, reclama da falta de periodicidade das consultas e do atendimento. “As consultas são péssimas. Não gosto do médico, pois ele não examina direito, nem quando falei que estava com dor. As consultas são poucas e muito rápidas também”, lamenta. Grávida de oito meses, ela frequenta o posto de saúde mais próximo de sua casa na zona leste.

Segundo o Observatório Cidadão, da Rede Nossa São Paulo, a subprefeitura de Guaianases tem uma população negra com percentual de consultas pré-natal insuficiente muito baixo em comparação com a população de não negras. Isso ocorre também no distrito homônimo. Os números de 2015 apontam uma porcentagem de 46,94 para as mulheres não negras com pré-natal insuficiente e de 51,98 para as negras que passam pela mesma situação. A diferença entre as duas populações é chega a 5,04 pontos percentuais.

Daiane, que já tem uma filha de três anos, relata outras dificuldades que enfrenta no serviço público de saúde da região. Uma delas é em relação aos remédios nunca encontrados na farmácia do posto e nem nas farmácias populares do bairro, o que a leva a ter um gasto que compromete a renda mensal da família. Sobre o agendamento das consultas, ela afirma não ter tido dificuldades inicialmente. “Não foi difícil agendar as consultas, mas só esta parte foi rápida também”, revela.

Os exames necessários não realizados também prejudicam o andamento da gravidez. Desde abril, quando descobriu que esperava o seu segundo filho, Daiane incluiu seu nome na lista para a realização do ultrassom. Neste período, ela foi chamada somente uma vez. Os outros exames foram realizados na rede privada de saúde por questões de necessidade.

Por outro lado, para a estudante de enfermagem, Maria Haiello, 22, a situação foi mais simples. Branca e moradora do distrito do Lajeado, em seus nove meses de gravidez do seu primeiro filho, ela relata uma periodicidade maior das consultas pré-natais. “Até o segundo semestre da gravidez era uma vez por mês e, depois do terceiro, fazia uma vez por semana”, relembra.

Em um ranking das 32 subprefeituras, Guaianases aparece na 28ª posição, com um dos piores índices da cidade de São Paulo em relação à pré-natal insuficiente de mulheres negras. , dividindo espaço com outros locais da zona leste, como Cidade Tiradentes e Sapopemba. Na outra ponta as mais bem colocadas são Pinheiros, Santo Amaro e Vila Mariana.

Em comparação com a primeira gravidez, em 2013, Daiane diz que naquela época o processo era melhor. “Tinha remédios, as consultas eram boas e tive acompanhamento médico depois que ela – a filha Izabela – nasceu, mas hoje estou com medo de não ter, afinal de contas, é uma criança”, desabafa.

Contatada pelo 32xSP, a Coordenadoria Regional de Saúde não se pronunciou sobre os dados até o fechamento da reportagem.

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