Os pequenos moradores dos bairros periféricos falam sobre o que esse dia significa para eles
Tempo de leitura: 3 min(s)O que é o Dia da Criança? “É futebol, fantasia, festa do pijama, a gente vai comer cachorro-quente, pipoca, salgadinho, tomar refrigerante e se divertir”, afirma Lorena Tibre Souza, 6, do distrito de Sapopemba, na zona leste de São Paulo.
Kevin Augusto Zancle Pereira, 10, morador do Itaim Paulista, vai além. “Acho que houve algo com crianças nesse dia”, comenta.
A Agência Mural entrevistou uma garotada das periferias da Grande São Paulo e do centro da capital a fim de saber o que elas pensam sobre a data, comemorada nesta sexta-feira (12). Os meninos e meninas também desenharam como seria a melhor comemoração.
E você já parou para pensar porque existe um dia só para as crianças?
Para os entrevistados, a explicação vai além das questões mercadológicas, mas envolve presentes.
Pérola Soares, 8, moradora do distrito de Pirituba, na zona noroeste, foi enfática. “É um dia onde as crianças ganham mais atenção e de vez em quando presentes também. E mandam nos pais, hein”.
“No dia, todo mundo pode brincar, mas não os adultos”, diz João Victor, 7, morador de Carapicuíba, na Grande São Paulo. Já a pequena Giulia Beatriz Alvez Martins, 5, moradora do bairro da Liberdade, região central, diz acreditar que é um dia “para as crianças ganharem brinquedos”.
Questionadas sobre como gostariam de passar esse dia, muitas concordaram com Larissa Marques Reginaldo, 9, do Parque do Tietê, na zona norte. “Gostaria que todas as crianças estivessem com os seus pais, brincando e felizes”, afirma.
“Quero viajar para a praia, quero dormir lá uns cinco dias”, completa a moradora de Sapopemba, na zona leste, Lara Tibre Souza, 7.
A praia também seria o lugar ideal para se passar esse dia especial, de acordo com Luiz Henrique Barros Correa, 11, morador do Jardim Marília, do distrito Cidade Líder, na zona leste. Além de ter ao lado “a minha mãe, minha irmã, meu cunhado. Ah, a minha família inteira”.
Em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, Murilo Santos Schunck Luta, 10, morador do distrito Cipó-Guaçu, pensa em passar o dia “passeando com meu pai e minha mãe”.
Para Caio Opazo Trindade, 8, que mora com a mãe e o pai em Cidade Tiradentes, na zona leste, o Dia das Crianças geralmente tem “festa na escola e depois minha mãe me dá presente e às vezes a gente sai para jantar num lugar chique. Da última vez fomos no shopping.”
As crianças acreditam que os seus pais também tinham um Dia das Crianças parecido com o delas, porém com algumas diferenças. “Acho que meus pais brincavam de pipa, de carrinho de rolimã, pião, essas coisas aí”, conta Henry Gustavo, 10, do Jardim Fontális, do distrito do Tremembé.
Larissa Reginaldo acha que eles eram felizes e “recebiam doces de presente naquela época como bala, pirulito, etc.”.
A maioria das crianças entrevistadas já escolheu o que gostaria de ganhar de presente neste 12 de outubro, no entanto elas também desejam que as outras crianças possam ser presenteadas.
“Queria que as crianças ganhassem um caminhão, ganhassem carrinhos, ganhassem um brinquedo, um carro da polícia, ganhassem tudo o que quisessem”, afirma João Victor.
Giulia também deseja que “ganhem bastante coisa, tipo um balão com My Little Poney, gatinhos e o que mais elas quisessem”.
“As crianças que não têm como ganhar um presente, eu queria que elas ganhassem tipo, uma casa com comida e várias coisas, porque não dá para viver sem casa, né?”, completa Laura.
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DIA NO BRASIL
Em 1959, no dia 20 de novembro, a Unicef oficializou a Declaração dos Direitos da Criança, um documento em que se estabelece direitos básicos como amor, educação e alimentação para todas as crianças do mundo. O documento foi ratificado pela Convenção dos Direitos da Criança, de 1989, documento que inspirou o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
No Brasil, em 1924, um projeto de lei que estabeleceu a comemoração em 12 de outubro. Entretanto, foi apenas em 1955, após o lançamento de uma forte campanha publicitária de uma indústria de brinquedos, que o dia 12 de outubro passou a ser comemorado como uma tradição no país.
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