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O que é o breaking: modalidade que nasceu no hip hop estreia nos Jogos Olímpicos 

B-boys e b-girls competirão pela primeira vez em uma Olimpíada no próximo dia 9 de agosto; Brasil não conseguiu vaga para a disputa

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Geovane Lucena/Divulgação

Por: Kaliny Santos

Notícia

Publicado em 08.08.2024 | 14:36 | Alterado em 08.08.2024 | 14:59

Tempo de leitura: 3 min(s)

Uma das principais novidades dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 é a entrada do breaking. A decisão de adicionar esta nova modalidade nos Jogos é fruto de uma aproximação com a juventude. Durante muito tempo o movimento foi visto apenas como uma dança. E de fato é, mas é também uma competição.

O breaking é um dos quatros elementos da cultura hip hop, movimento que surgiu nos subúrbios dos Estados Unidos em 1970, junto com os MCs, os DJs e o grafite.

A modalidade estreia nesta sexta-feira (9) na Place de la Concorde. As competições funcionam no formato mata-mata entre os 16 participantes. Os confrontos, chamados de “batalha”, terão duas entradas de aproximadamente 1 minuto para cada atleta. Os jurados decidem quem venceu e avança para a próxima fase até a até a final. Há competição individual e por equipes.

Os participantes são avaliados com base em cinco critérios

1

Fundamentos, que incluem top rock, footwork, freeze e power moves

2

Vocabulário, que se refere à diversidade de execuções, demonstrando habilidade em mais de um tipo;

3

Criatividade, saber colocar a própria identidade dentro dos fundamentos, ou seja, ir além dos movimentos básicos

4

Musicalidade, que é a habilidade de dançar em sintonia com a música

5

Nível de dificuldade que os b-boy e b-girls exercem na dança, além de não haver repetição de performance durante a batalha

Geralmente, não há muitas regras específicas durante as batalhas, a escolha dos passos, o número de pessoas varia de campeonato. Nas Olimpíadas de Paris 2024, serão 16 no feminino e 16 no masculino.

Breaking em São Paulo

Em São Paulo, o breaking desembarcou na primeira metade da década de 1980, na região da Rua São Bento, no centro antigo de São Paulo. Pioneiros do hip hop no Brasil, como os grafiteiros ‘Os Gêmeos’, DJ Hum, Nelson Triunfo e Thaíde, se reuniam próximo à estação do metrô.

Foi a partir desses encontros que surgiram os primeiros grupos brasileiros de b-boys, conhecidos como Crews. Entre esses grupos estavam os Panteras Negras e a Dragon Breakers, além da Back Spin, grupo mais antigo do país, fundado em 1985.

A Crew Back Spin, é o grupo de breaking mais antigo do Brasil @Back Spin/Divulgação

Os b-boys e b-girls, como são conhecidos, conquistaram espaços livres e acesso a espaços culturais urbanos, ocupando centros culturais, áreas de lazer e locais centrais das capitais.

Apesar de São Paulo ser conhecido como o berço da cultura, outros estados do Brasil também promoviam diversos encontros. No Rio de Janeiro (RJ) e em Salvador (BA), muitos competidores se reuniam nas praças públicas, enquanto em Brasília (DF), o espaço Conic era o ponto de encontro, e em Curitiba (PR), o Shopping Itália atraía grande número de bailarinos.

Espaços de breaking

Nesses 50 anos desde a Rua São Paulo, os b-boys e b-girls conquistaram espaços públicos para realizar treinamentos e eventos, como a Casa de Hip Hop e o Centro de Treinamento Breaking, em Diadema; a Casa de Cultura Hip Hop e o Centro Esportivo Vila Curuçá, da zona leste; o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso na Vila Nova Cachoeirinha, também na Zona Leste; e a Casa Cultural do Hip-Hop Jaçanã, na Zona Norte.

Em maio deste ano, já visando as próximas gerações de “b-boys e b-girls olímpicos” foi inaugurado o Centro de Treinamento Especializado Breaking Brasil, no Capão Redondo, na zona sul.

Campeonato de breaking na Casa de Hip Hop de Diadema. DJs, b-boys e b-girls se reúnem para celebrar e competir, mostrando a essência do hip hop @ Geovane Lucena/ Divulgação

Brasil de fora

A Place de la Concorde, onde haverá a competição, é uma praça parisiense que será palco dos “esportes urbanos”. Ali também foram disputados o ciclismo BMX freestyle, o basquete 3×3 e o skate.

Por lá, o Brasil viu atletas vindos da @Grande São Paulo@ competindo neste espaço. Raica Ventura e Giovanni Viana, do skate, são do ABC Paulista. Gustavo Bala Loka, do BMX Freestyle, é nascido e criado em Carapicuíba. Entretanto, o Brasil não contará com nenhum atleta na disputa do breaking.

B-boys e b-girls usaram as redes sociais para criticar a CND (Confederação Nacional de Dança). A confederação só anunciou a 2ª Etapa do campeonato de pontuação para o ranking nacional em outubro de 2023, a competição ocorreu em novembro do mesmo ano, em São Paulo.

Um dos campeonatos para conseguir pontos era o Pan-Americano de Breaking, em novembro de 2023. Entre as b-girls, apenas a paranaense Mayara “Mini Japa” participou das etapas de Budapeste e Xangai do Pré-Olímpico, disputadas há poucos meses.

Breaking nos Jogos Olímpicos de Paris 2024

Horário de funcionamento: Dias 9 (feminino) e 10 (masculino) de agosto, a partir das 11h (de Brasília) 

Endereço: Globoplay (streaming), Sportv (TV Fechada) e CazéTV (YouTube)

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Kaliny Santos

Jornalista e pós-graduanda em Direitos Humanos pela Unifesp, atua como analista de comunicação no Instituto Jatobás. Correspondente de Osasco, na Grande São Paulo, desde 2022.

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