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Agência de Jornalismo das periferias
32xSP

Organizações sociais cobram diálogo e transparência da nova gestão de São Paulo

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Por: Redação

Publicado em 12.12.2016 | 13:18 | Alterado em 12.12.2016 | 13:18

Tempo de leitura: 3 min(s)

O evento “Desafios e Prioridades para a cidade de São Paulo: propostas para a Nova Gestão”, realizado na Câmara Municipal paulistana, na última quarta-feira (7), discutiu o plano de metas 2017-2020, do prefeito eleito João Dória (PSDB). Na ocasião, 72 organizações da sociedade civil entregaram um conjunto de propostas ao futuro governo municipal.  Transparência foi um dos pontos cobrados da nova gestão.

As instituições, entre elas a Rede Nossa São Paulo, convidaram todos os vereadores eleitos e João Dória. No entanto, nenhum vereador compareceu, algo que foi criticado pelo público. Já Dória enviou dois representantes: Paulo Uebel, que assumirá a Secretaria Municipal de Gestão, e Marcos Campagnone, próximo secretário municipal de Urbanismo.

Diante da apresentação das propostas das entidades, Uebel afirmou que a equipe receberá todas as reivindicações. Também comentou que o governo abrirá consultas públicas pela internet e realizará 38 audiências públicas para discutir o Plano de Metas 2017-2020, sendo uma audiência em cada subprefeitura, totalizando 32, cinco audiências temáticas e uma geral envolvendo a câmara de vereadores. “Por quê? Porque é essa comunicação que vai qualificar o plano”, disse Uebel.

O discurso do novo secretário a respeito de uma gestão adepta do diálogo não serviu para acalmar as críticas sobre a possível mudança na Virada Cultural do Centro para Interlagos. Os participantes, a exemplo da ONG Minha Sampa, argumentaram que Dória pode começar tomando decisões sem dialogar com a população.

Além das exigências por um trabalho que de fato converse com a população, os participantes que lotaram o auditório, expuseram demandas que abrangem diversos setores. Maria Conceição, 52, moradora da periferia da zona norte e integrante do Conselho Participativo Municipal Pirituba/Jaraguá, disse que é preciso ter uma muita atenção com os moradores das regiões de classe baixa. “Nós também queremos consumir cultura, museus, bibliotecas, saúde, internet e lazer. E isso tem faltado bastante para as nossas crianças, jovens e idosos”.

Antônio Marchioni, 64, o padre Ticão da zona leste, cobrou mais transparência nas contas das subprefeituras, que passarão a ser prefeituras regionais em 2017. “Se não tiver prestação de contas, como a gente vai avaliar para onde está indo o dinheiro?”, questionou Marchioni.

Já o padre Jaime Crowe, 71, presidente da ONG Santos Mártires, comentou em conversava com o 32xSP que reivindica mais autonomia para as prefeituras regionais, inclusive orçamentária. “É uma questão de descentralização da cidade”, comenta. Crowe também falou sobre considerar prejudicial para o desenvolvimento dos bairros periféricos a existência de prefeituras locais muito populosas, como é o caso da Capela do Socorro, do M’Boi Mirim e do Campo Limpo, todas na zona sul. “Nós temos discutido muito para que haja equidade populacional na distribuição das prefeituras regionais”.

O coordenador de mobilização da ‘Minha Sampa’ Guilherme Coelho, 40, também levou diversas reivindicações. Algumas delas sobre a ocupação do espaço público. “A Minha Sampa conseguiu cerca de 50 assinaturas de organizações a favor da continuidade da “Paulista Aberta” e do “Programa Ruas Abertas”, a qual precisa ser um compromisso assumido oficialmente pela nova gestão. Abrir a principal via da cidade para uso democrático da sua população promove ao mesmo tempo vários conceitos modernos de urbanidade: lazer, saúde, fruição esportiva e cultural, convivência pacífica. E fortalece o processo saudável de estimular pessoas a ocuparem espaços que lhe são de direito e novos relacionamentos sociais”, explica Coelho.

O evento ainda contou com a apresentação do Mapa da Desigualdade, produzido pela Rede Nossa São Paulo, que aponta a discrepância existente entre os distritos da capital paulista. Outro destaque foi a análise do programa de governo de Dória. De acordo com Américo Sampaio, 29, gestor de projetos da Rede Nossa São Paulo, das 251 propostas, apenas 115 são mais fáceis de serem materializadas, possuem perfil de meta.

Reportagem: Danielle Lobato e Priscila Pacheco
Foto: Priscila Pacheco

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