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Paulistanos avaliam positivamente o papel do SUS durante a pandemia, diz pesquisa

Em levantamento da Rede Nossa São Paulo e Ibope, entrevistados também citam vantagens e desvantagens da capital paulista para o enfrentamento do coronavírus

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Por: Redação

Publicado em 05.05.2020 | 17:59 | Alterado em 05.05.2020 | 17:59

Tempo de leitura: 4 min(s)
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Pesquisa Viver em São Paulo – Especial Pandemia foi divulgada nesta terça-feira (Léu Britto/32xSP)

Divulgada nesta terça-feira (5) pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência, a pesquisa Viver em São Paulo – Especial Pandemia mostra a percepção dos paulistanos sobre os impactos do coronavírus na cidade e as medidas adotadas por agentes do poder público para conter o avanço da doença.

Em relação às vantagens que a cidade de São Paulo dispõe para o enfrentamento da pandemia, a ‘ampla rede pública de saúde’ e os ‘melhores profissionais da área’ são os principais pontos positivos citados pelos entrevistados.

Além disso, 69% deles concordam (totalmente ou em parte) que, se não fosse o SUS (Sistema Único de Saúde), as consequências do coronavírus seriam piores.

“O papel do SUS é fundamental. 70% da população brasileira não têm plano de saúde, nem condições de pagar por um. Como seria se não existisse um serviço público de saúde para todas as pessoas, especialmente nessa pandemia? Só consigo pensar em caos e tragédia”, comenta a terapeuta ocupacional Vivian Gaona, 24, moradora do Ipiranga, na zona sul.

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Vivian Gaona trabalha na área da saúde pública (Arquivo pessoal)

VEJA TAMBÉM:
– 9 em cada 10 paulistanos usam o SUS no município
– Pessoas em situação de rua podem ser atendidas pelo SUS

Por outro lado, 61% dos paulistanos concordam que muitos moradores não cumprem o isolamento social adotado na capital e 51% têm queixas sobre a lotação do transporte público — sendo, essas, as duas principais desvantagens neste cenário.

Até o último domingo (3), o índice de isolamento social na cidade era de 58%, segundo o governo estadual. Na segunda-feira (4), o número caiu para 48%.

“Não vejo as pessoas respeitando a quarentena como deveriam aqui no bairro. Hoje mais cedo eu saí para buscar algumas máscaras e reparei que tem muitos bares abertos, pessoas na rua conversando e também muitas crianças brincando fora de casa”, relata a estudante de enfermagem Luanna Freire, 21, moradora do Capão Redondo, também na zona sul.

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Moradora do Capão Redondo, Luanna Freire se preocupa com o (não) cumprimento do isolamento social (Arquivo pessoal)

“Vejo pessoas agindo como se nada estivesse acontecendo, acho que esse é um dos motivos que fez tantos casos aparecerem aqui na periferia”
Luanna Freire, estudante de enfermagem

Segundo informações da Prefeitura de São Paulo, os casos confirmados de coronavírus no Capão Redondo cresceram 113% em uma semana, entre os dias 17 e 23 de abril. O número saltou de 87 para 186 pessoas infectadas pela covid-19.

Todos os 10 distritos com mais mortes causadas pelo coronavírus, até o dia 24 de abril, ficavam em regiões periféricas da cidade. Segundo o boletim mais recente divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), na segunda-feira (4), a proporção se manteve.

A Brasilândia, na zona norte, continua sendo o distrito com o maior número de casos fatais: 103 até o momento. Na sequência, Sapopemba, na região leste, registra 101 óbitos provocados pelo vírus.

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Favela da Tribo, no distrito da Brasilândia, na zona norte de São Paulo (Léu Britto/32xSP)

Em relação aos bairros mais distantes do centro, 81% dos paulistanos consultados pelo Ibope concordam (totalmente ou em parte) que os moradores das periferias vão sofrer mais por causa da pandemia do que aqueles que moram em outras regiões.

“Na minha rua tem duas pessoas confirmadas [com o coronavírus]. Estou com medo porque tenho um bebê de dois meses em casa”, diz Mariana Nunes, moradora do Itaim Paulista, no extremo leste da cidade. No distrito, há 46 mortes confirmadas até esta semana.

PREOCUPAÇÕES COM SAÚDE E RENDA

Ainda de acordo com a pesquisa, a saúde dos familiares é a principal preocupação durante a pandemia, tendo 50% das respostas dos entrevistados. Outros 21% têm, como preocupação mais urgente, as questões econômicas, como ficar desempregado(a) ou ter prejuízos financeiros.

Neste cenário, 64% dos paulistanos das classes A, B e C afirmam que perderam renda por causa da pandemia (parcial ou totalmente) e 61% tiveram redução na jornada de trabalho.

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Diferentemente das demais edições da série “Viver em São Paulo”, o especial sobre a pandemia teve os dados levantados com entrevistas feitas exclusivamente online e, dessa vez, apenas com recortes para as classes A, B e C (antes, a pesquisa também contemplava as classes D e E).

Ao todo, foram entrevistados 800 paulistanos de 16 anos ou mais. Desse número, 38% estão em algum grupo de risco (pessoas mais suscetíveis a sofrer complicações por causa da covid-19), como hipertensos, diabéticos e pacientes com doenças respiratórias crônicas.

MEDIDAS DE COMBATE AO CORONAVÍRUS

Dados da Rede Nossa São Paulo e o Ibope também mostram que sete em cada 10 paulistanos (68%) avaliam como “adequadas” as medidas adotadas pelo prefeito Bruno Covas e o governador João Doria para combater o impacto da pandemia do coronavírus em São Paulo.

A avaliação positiva é semelhante às medidas aplicadas pelo Ministro da Saúde, que foi de 71%. Esse é o melhor índice entre os demais agentes públicos (que incluem, também, vereadores, deputados estaduais e o congresso nacional).

Desde o dia 17 de abril, Nelson Teich substituiu Luiz Henrique Mandetta no comando do Ministério da Saúde do Brasil.

O Presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) tem a pior avaliação no combate ao impacto da pandemia: 26% consideram as medidas exercidas por ele como “adequadas”, contra 57% que dizem ser “não adequadas”.

Com colaboração de Ana Beatriz Felício.

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