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Agência de Jornalismo das periferias

Por: Redação

Notícia

Publicado em 18.01.2024 | 11:05 | Alterado em 30.01.2024 | 14:35

Tempo de leitura: 2 min(s)

O ano começou com novidades para os estudantes: o governo federal começará a pagar uma bolsa para alunos do ensino médio da rede pública, para que eles não deixem a escola e concluam os estudos. A bolsa foi batizada de Pé de Meia.

Quem estiver cursando o terceiro ano, tiver a família inscrita no Cadastro Único e fizer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) receberá um valor extra.

Confira 10 pontos importantes sobre o programa:

O que é a bolsa “Pé de Meia”?

Trata-se de um programa de incentivo financeiro e educacional para estudantes do ensino médio público.

Como funcionará o programa?

A bolsa terá o formato de uma poupança digital para o estudante, na qual serão depositados valores em duas modalidades: mensal, por nove meses, que o aluno poderá sacar a qualquer momento; e um valor extra pela participação e aprovação no Enem – este só poderá ser sacado quando o aluno cumprir esses requisitos

Por que os alunos do ensino médio receberão uma bolsa?

    A intenção do governo é diminuir o abandono e evasão escolar e incentivar a conclusão do ensino médio.

    Alunos do EJA (Ensino Jovem Adulto) também terão direito à bolsa?

    Sim, mas somente os estudante com idade entre 19 e 24 anos matriculados no EJA.

    Quais critérios para receber o benefício?

    Para receber a bolsa, o aluno deverá cumprir os seguintes critérios:

    • Família ter renda per capita mensal inferior ou igual a R$ 218
    • Efetivar a matrícula no ensino médio no início de cada ano letivo;
    • Ter no mínimo 80% de frequência do total de horas letivas;
    • Concluir o ano letivo com aprovação;
    • Participar dos exames de avaliação oficiais, como Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competência de Jovens e Adultos);
    • Prestar o Enem, no caso dos alunos que estão no último ano do ensino médio.

    Qual será o valor da bolsa? 

    O valor e o calendário de saques não foram definidos. Vale ressaltar que, independente do valor, o benefício não será contabilizado no imposto de renda de pessoa física.

    Como receber a bolsa?

    É necessário que o aluno tenha a família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), o mesmo do Bolsa Família e de outros benefícios do governo.

    Qual a diferença do Bolsa Família para o Pé-de-Meia ?

    O Bolsa Família é um benefício de transferência de renda em que a família recebe um valor por criança ou adolescente matriculado na escola, entre 7 e 18 anos, além de gestantes. Já o Pé-de-Meia é um benefício estudantil vinculado ao aluno do ensino médio e direcionado para ele.

    Quem já recebe Bolsa Família pode receber o Pé-de-Meia?

    Depende. Se a família for composta por uma pessoa, o benefício não poderá ser cumulativo. Caso haja mais de um integrante, o aluno poderá receber o Pé-de-Meia.

    Como o benefício pode ser usado?

    Por ser uma poupança, não existem restrições para uso descritas na lei. O benefício pode ser destinado a gastos com materiais escolares, livros, alimentação e inscrição em vestibulares, por exemplo. A lei permite ainda o uso do recurso em investimentos, como títulos públicos federais e imobiliários, especialmente nos destinados ao ensino superior.

    Reprodução

    Pé-de-Meia pode ser efetivo na evasão escolar?

    O programa tem como objetivo diminuir a evasão escolar e incentivar a conclusão dos estudos. Desde 2019, o índice de desistência no ensino médio aumentou consideravelmente, chegando a quase dobrar entre 2020 e 2021.

    Apenas seis em cada dez alunos concluem o ensino médio no Brasil, uma taxa muito pior que México, Costa Rica, Colômbia, Portugal e Chile, segundo um estudo da FIRJAN-SESI. Uma das raízes do problema é a desigualdade social, a necessidade de entrada precoce no mercado de trabalho e a falta de conexão com o currículo escolar.

    Manter os alunos na escola é um desafio para quem trabalha com educação, como a coordenadora pedagógica Viviane Soares Camara, 48, da Vila Carmosina, na zona leste de São Paulo.

    “O incentivo financeiro pode ajudar a manter os alunos em sala de aula, como aconteceu com o bolsa-família, o programa federal de transferência de renda. Muitos alunos voltaram a estudar por conta do auxílio”, conta.

    Ana Clara Teixeira, 16, estudante do ensino médio na ETEC Cidade Tiradentes, concorda e afirma que muitos colegas interromperam os estudos para trabalhar e ajudar na renda familiar.

    Porém, ela alerta que só a bolsa não garante o aproveitamento do aluno em sala de aula. “Muitos estudantes se mantêm na escola para não perder o bolsa família, mas não estão interessados no conteúdo e não acreditam que a educação vai ajudar no futuro. É preciso um ensino mais atrativo”, conclui.

    Com informações da Lei 14.818.

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