Jornalistas da Agência Mural contam como estão apurando os dados relacionados ao coronavírus para manter o público informado
Por: Redação
Notícia
Publicado em 23.04.2020 | 17:47 | Alterado em 16.12.2020 | 17:58
Informações corretas são fundamentais no combate ao coronavírus. E nesse período de pandemia, os meios de comunicação e seus profissionais estão tendo dificuldades para conseguir dados completos do que está acontecendo, o número exato de pessoas infectadas ou que morreram pela Covid-19, por exemplo.
Para saber como os governos estão divulgando os dados públicos sobre as periferias da região metropolitana de São Paulo, o “Em Quarentena” convidou os jornalistas da Agência Mural para contar como está sendo apurar as informações relacionadas à Covid-19.
O repórter Lucas Veloso, abriu a conversa contando como faz para ter acesso à dados públicos, que o estado não tem fornecido.
“O que acontece na maioria das vezes é que a gente acaba recorrendo a Lei de Acesso à Informação porque assim o estado, os governos municipais e estaduais, e diversas esferas são obrigados a responder pra gente”. (ouça a partir de 01:34)
Paulo Talarico, editor-chefe da Agência Mural explicou o que é essa lei mencionada por Lucas. “A Lei de Acesso à Informação (LAI), criada em 2011, prevê que todo órgão público, seja prefeitura, governo do estado ou federal, tem a obrigação de responder as perguntas e os pedidos de informação da população. Qualquer cidadão pode solicitar informação e não é necessário justificar o motivo do pedido”. (a partir de 02:06)
Ele também falou sobre a LAI na prática. “No entanto, a gente ainda tem muita dificuldade em relação à LAI, nem todas as cidades cumprem o que determina essa legislação. […] Quanto mais você vai ao âmbito municipal, fica mais complicado”. (ouça em 02:39)
Talarico apontou que existem divergências entre os números relacionados ao coronavírus divulgados pelo estado e os que são divulgados pela prefeitura. “Várias vezes a gente tem encontrado um número no governo do estado e um número diferente em cada cidade. Quando a gente questionou isso, o governo disso que é apenas a questão da demora entre a prefeitura informar o dado para o governo do estado computar”. (em 04:15)
Paulo, que mora em Osasco, está de olho no que as prefeituras da região metropolitana estão divulgando. E comentou que, no meio disso tudo, existe um ponto positivo, pois algumas prefeituras têm disponibilizado informações, o que segundo ele não costuma ser tão normal. “A grande maioria das prefeituras tem divulgado algum tipo de dado, todos os dias, sobre a Covid-19. Algumas com balanços mais detalhados, outras de forma mais sucintas”. (em 04:28)
Já sobre a cidade de São Paulo, Lucas reforçou a falta de informações detalhadas e porque é difícil mapear onde estão os casos de coronavírus. “Os dados que a gente consegue acessar e os que a prefeitura divulga via redes sociais, são dados que especialistas apontaram como antigos. Então, por exemplo, os dados que temos hoje são provavelmente de duas semanas atrás”. (em 04:51)
Veloso defendeu a importância da Lei de Acesso à Informação para a população. “Hoje, a maneira mais efetiva da gente pressionar o poder público para ser mais transparente é defender com unhas e dentes a LAI. É ela que permite que a gente, enquanto jornalistas e cidadãos, possamos acessar dados que são públicos e que são nossos”. (em 05:48)
Ouça este bate papo completo no Em Quarentena #21: Dados públicos e transparência sobre as periferias.
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