O Brasil é o país que mais acredita em notícias falsas no mundo; só no WhatsApp, 6 em cada 10 pessoas já receberam uma fake news
Por: Redação
Notícia
Publicado em 13.05.2020 | 16:15 | Alterado em 16.09.2020 | 16:17
Não é de hoje que o brasileiro lida com fake news, no bom português, as notícias falsas. De acordo com uma pesquisa feita pela Avaaz e divulgada recentemente, o Brasil é país que mais acredita em fake news no mundo.
E neste período de pandemia o volume de informações que circulam referentes ao coronavírus é imenso. Só no WhatsApp, seis em cada 10 pessoas já receberam uma fake news. Mesmo que algumas pessoas achem que compartilhar notícias falsas não dá em nada, é bom saber que a mensagem falsa que você compartilha pode trazer graves consequências para alguém.
O “Em Quarentena” foi investigar algumas informações que os ouvintes compartilharam para saber se eram verdadeiras ou falsas. Neste episódio, serão apresentadas algumas delas, que foram desmentidas, além de dicas para que você possa checar se o conteúdo que está recebendo é fake ou não.
A primeira mensagem checada foi enviada por Dona Efigênia, que mora em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Ela é aposentada, tem 63 anos e não sabe ler nem escrever. Mas todo dia ela recebe várias mensagens em áudio e vídeos.
Ela começou a se perguntar se elas eram verdadeiras ou não, principalmente, uma envolvendo máscaras e a China. “Me mandaram aqui um vídeo falando que as máscaras que vem da China estão todas contaminadas. E o pessoal da saúde vai começar a distribuir. Estão pedindo para o povo não usar as máscaras porque estão vindos todas contaminadas lá da China”. (ouça a partir de 00:54)
A notícia é falsa! Foi desmentida pela “Aos Fatos”, que é uma agência checadora de informações e boatos. O Ministério da Saúde negou essa história e disse ainda que o longo tempo de viagem entre os países já seria suficiente para matar o vírus, caso as máscaras tivessem de fato sido contaminadas na origem, no caso, lá na China. Além disso, os equipamentos foram comprados para profissionais de saúde, não para a população em geral.
Eliana, de Itaquera, na zona leste de SP, também enviou uma mensagem que recebeu no zap e que a deixou em dúvida. “Recebi um link para ganhar cesta básica. Chama ‘Brasil sem miséria e Governo Federal’. Mas eu fiquei com medo de clicar e ser vírus. É verdade ou mentira?”. (a partir de 01:55)
Essa notícia também é falsa! O portal G1, que tem um serviço de checagem chamado “Fato ou Fake”, desmentiu no dia 30 de abril. O portal verificou com o Ministério da Cidadania, que disse que todas informações oficiais são divulgadas pelo site .cidadania.gov.br.
O Governo Federal até tem um programa que atende populações mais vulneráveis com cestas básicas de alimento, mas não tem nada a ver com essa mensagem que está circulando em grupos de aplicativos.
João enviou uma notícia que falava sobre uma possível forma de curar o coronavírus. “Vi uma notícia no facebook que dizia que o coronavírus pode ser tratado com antibióticos. Então porque os médicos não receitam isso como cura?”. (ouça em 03:02)
“Aos Fatos” desmentiu esse boato no dia 7 de maio. De acordo com a agência, a própria Organização Mundial da Saúde explicou que, por ser um novo tipo de vírus, antibióticos não devem ser usados como prevenção ou tratamento ao coronavírus. A recomendação segue sendo que se alguém sentir algum sintoma, deve procurar ajuda médica. E não se automedicar.
Outra ouvinte, Carla alertou sobre o fato das pessoas não saberem onde, nem como checar a informação. “Eu acho que um problema é que as pessoas não sabem onde checar se a notícia é verdadeira. Como faço isso?”. (em 04:15)
O podcast da Agência Mural separou algumas dicas:
Ao suspeitar de uma informação, pegue a mensagem principal do texto, áudio ou vídeo e jogue na busca do Google. No caso das máscaras contaminadas, por exemplo, basta digitar algo assim: “máscara china infectada”. Logo vai aparecer nos resultados da pesquisa que aquilo é mentira.
É possível também verificar direto nos sites que fazem checagem. Os sites que o “Em Quarentena” utilizou para checar as notícias compartilhadas neste episódio foram a Agência Lupa, que foi uma das primeiras a realizarem checagens no Brasil; “Aos Fatos”, que é referência no assunto e portal G1, que tem um serviço chamado “Fato ou Fake”. Basta procurar no Google ou nas redes sociais por elas.
O Ministério da Saúde também tem um canal pra chegar informações de saúde pelo WhatsApp. Basta mandar a sua dúvida para o número DDD (61) 9 92 89-46 40 que eles avisam se a notícia é falsa ou não.
Ouça este bate papo completo no Em Quarentena #33: Desmentindo fake news sobre o coronavírus.
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