Travessia precária, feita com troncos de árvore e restos de móveis, é a principal ligação entre as ruas Beira-Rio e Cambará, na zona leste de SP
Por: Redação
Publicado em 23.11.2018 | 18:10 | Alterado em 23.11.2018 | 18:10
Há exatos 26 anos, os moradores dos loteamentos da Cidade Kemel, no Itaim Paulista, se juntaram para construir uma ponte improvisada de madeira. O objetivo era conseguir atravessar o Córrego Três Pontes, que divide a cidade de São Paulo das vizinhas Itaquaquecetuba e Poá.
Até hoje, a precária travessia, feita com dois troncos de árvore e restos de móveis, ainda é a principal ligação entre as ruas Beira-Rio e Cambará, no ponto mais ao leste da capital paulista.
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“Para você ter uma ideia, eu caí nessa ponte em 1993”, lembra o motorista Valci Pinheiro, 46, morador da região desde o começo da década de 1990. “Antigamente, foram os moradores de todo o bairro que pagaram a instalação da ponte. Hoje o poder público é omisso, por ser uma região de divisa, mas naquela época era ainda pior”.
Atualmente, a travessia de madeira está bem desgastada. Há buracos e ripas se soltando. Também não há cordões de segurança para evitar que as pessoas caiam no córrego em dias chuvosos, apenas cordas.
“Quando chove, fica muito escorregadio. Já vi uma senhora cair aí dentro [do córrego]”, diz Elielson Júlio, 23, que trabalha numa bomboniere vizinha da ponte e atravessa a estrutura todos os dias para chegar em casa.
Segundo ele, em épocas de chuva forte, é comum que o córrego transborde e danifique a ponte. “Aí os moradores se juntam para recuperar. Uns doam a madeira, outros os cabos de aço”, conta.
OMISSÃO DO PODER PÚBLICO
Por ser uma região de divisa quádrupla, o bairro da Cidade Kemel é constantemente negligenciado pelo poder público em muitas áreas. Do outro lado do Córrego Três Pontes, em Itaquaquecetuba, sequer existe asfalto e luz.
Apesar da manutenção do córrego ser dividida entre as cidades, a Prefeitura de São Paulo chegou a instalar uma placa ao lado da ponte de madeira, em 2015, onde prometia a substituição dessa estrutura por uma passarela de metal.
Segundo o Diário Oficial do Município, a obra chegou a ser licitada, mas não saiu do papel.
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Alguns metros para a frente, a Prefeitura chegou a instalar uma passarela metálica, mas para substituir uma ponte de concreto, que cedeu. E como ela não faz ligação com a rua Cambará, passou a ter uso secundário pelos moradores.
Procurada, a Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) informou que está apurando o caso.
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https://32xsp.org.br/2018/02/08/terminal-de-onibus-do-itaim-paulista-nao-saiu-do-papel/
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