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Agência de Jornalismo das periferias

Léu Britto/ Agência Mural

Por: Isabela do Carmo

Notícia

Publicado em 02.12.2025 | 11:54 | Alterado em 02.12.2025 | 11:54

Tempo de leitura: 2 min(s)

As condições ambientais, sociais e de infraestrutura urbana nas favelas têm impacto direto e profundo na saúde infantil. É deste ponto que parte a pediatra e professora da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), Alicia Matijasevich, que acompanha a situação há alguns anos.

“O território onde uma criança vive determina se ela terá água limpa, saneamento básico, moradia segura, ar respirável, escolas, áreas verdes e ambientes livres de contaminantes”, explica. 

Alicia Matijasevich, pediatra e professora da Faculdade de Medicina da USP @Divulgação

Esses elementos moldam o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, especialmente na primeira infância. Para ela, viver em áreas insalubres define a exposição cotidiana a riscos ou proteções – e determina se uma criança cresce em um ambiente que promove saúde ou que produz adoecimento.

“Viver ao lado de esgoto a céu aberto ou de lixo acumulado significa que uma criança de 0 a 6 anos está continuamente exposta a microrganismos patogênicos, substâncias tóxicas e condições que comprometem seu crescimento e desenvolvimento”, afirma.

Favela de Heliópolis, com poucas áreas verdes e muito adensamento populacional @Ira Romão/ Agência Mural

Ela explica que esse cenário eleva de forma significativa o risco de diarréias, infecções respiratórias e doenças gastrointestinais, causas importantes de morbidade e mortalidade infantil, especialmente quando combinadas à desnutrição.

O problema é que o sistema imunológico infantil não acompanha a intensidade das agressões do ambiente. Substâncias tóxicas atingem o organismo infantil com mais facilidade, podendo gerar atrasos cognitivos, dificuldades de aprendizagem e problemas comportamentais. Infecções repetidas ainda reduzem o apetite e prejudicam o crescimento.

‘Cheiro forte de esgoto, poeira, fumaça e mosquitos sobrecarregam o sistema imunológico, aumentam a inflamação crônica e elevam o risco de infecções’

Alicia Matijasevich

Entre as doenças mais recorrentes nas crianças que vivem em áreas com esgoto exposto ou acúmulo de resíduos sólidos estão diarreia, rotavírus, cólera, bronquite, pneumonia e asma. “A água parada e o lixo favorecem a proliferação de mosquitos, aumentando também o risco de dengue, zika e chikungunya”, alerta. Infecções de pele e parasitoses também são comuns.

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Isabela do Carmo

Jornalista e pós-graduanda em Direitos Humanos e Lutas Sociais pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo). É correspondente de Heliópolis desde 2023.

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