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Prefeito da V. Maria/ V. Guilherme quer trabalhar em parceria com a comunidade

Ele comanda uma equipe de menos de 200 pessoas para cuidar de três distritos: Vila Maria, Vila Guilherme e Vila Medeiros, onde vivem cerca de 300 mil habitantes

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Por: Redação

Publicado em 10.03.2017 | 13:59 | Alterado em 10.03.2017 | 13:59

Tempo de leitura: 3 min(s)

Considerada uma das principais portas de entrada da cidade, a região da Vila Maria/ Vila Guilherme tem um novo prefeito regional, o advogado Dário José Barreto, 37. Ele comanda uma equipe de menos de 200 pessoas para cuidar de três distritos: Vila Maria, Vila Guilherme e Vila Medeiros, onde vivem cerca de 300 mil habitantes. “Eu não faço nada sozinho. Não adianta só reclamar, preciso da ajuda da comunidade para achar as soluções para a região”, diz Barreto, que propõe uma gestão participativa.

A Vila Maria/ Vila Guilherme não elegeu vereadores locais, mas o prefeito regional relembra que todos têm olhos para a região, já que ela é estratégica. “Aqui também ainda tem uma conotação política muito grande, pois foi reduto janista”, explica Barreto referindo-se a Jânio Quadros, que foi vereador, deputado federal e estadual, governador de São Paulo, presidente do Brasil e prefeito da capital paulista em duas ocasiões: entre 1953 e 1955, e entre 1986 e 1989.

No âmbito da prefeitura regional, há áreas de perfil tranquilo e jeito interiorano, ao lado de outras com trânsito pesado, buracos nas vias e histórico de ocorrências policiais. Esse trecho problemático é cortado pelas rodovias Dutra e Fernão Dias, e tem no transporte de cargas a base da economia.  O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas (Setcesp), Tayguara Helou, 36, afirma que há 1.140 transportadoras nos três distritos da regional, que empregam um total de 10.275 pessoas.

O principal centro de operações é o Terminal de Cargas Fernão Dias. Sem controle de acesso, é alvo constante de roubos. Segundo o sindicato, há mais de 25 anos se pleiteia a implementação da portaria, mas as administrações municipais nunca aprovaram. Para agravar o quadro, um terreno público, destinado à expansão do complexo, se tornou um gigantesco estacionamento improvisado.

O Setcesp afirma que ali se instalaram “facções criminosas”, promovendo roubo de cargas e de veículos, tráfico de drogas e prostituição, inclusive infantil. Há também a desova e o abandono de veículos roubados. Um projeto, reunindo sindicato, prefeitura, Polícia Militar, poder judiciário e iniciativa privada pretende resolver esse problema. Enquanto isso, entidades de luta por moradia reivindicam que no local sejam construídas habitações de interesse social.

Barreto explica que a questão do Fernão Dias “extrapola os limites da prefeitura regional”. Segundo ele, o terminal é privado, mas seu funcionamento impacta na comunidade. “Existe um projeto na Secretaria de Urbanismo, de ser construído outro terminal no mesmo local”, diz.

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O advogado Dário Barreto tem a primeira experiência na vida pública

No segmento da habitação, dados do Observatório Cidadão mostram que há 6.602 domicílios em favelas. Barreto conta já ter visitado cinco desses locais: “Nossa ideia é construir conjuntos habitacionais em terrenos municipais próximos, com toda a infraestrutura. Não pretendemos que as pessoas mudem de região. A família está ali, a escola, o emprego também”, ressalta.

Outro item na lista de prioridades é o Parque do Trote. Com sérios problemas de manutenção, o local já “passou por uma zeladoria externa, com o corte do mato e a limpeza. “Internamente, é um projeto que quero fazer o mais breve possível. Vamos ver com o secretário [do Verde e do Meio Ambiente], se é viável levar para o Trote o mesmo modelo do Parque do Ibirapuera, com o apoio da iniciativa privada. Precisamos fazer uma intervenção emergencial ali”, destaca o prefeito local.  Os dados mais recentes do Observatório Cidadão confirmam a urgência na recuperação desse espaço de lazer. Pelo levantamento, cada habitante da região tem apenas 3 m2 de área verde, quando o recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) é de 12 m2.

Do Paraná para a zona norte paulistana

Novato na vida pública, Dário Barreto é corretor e empresário do setor imobiliário há 12 anos. Nascido no Paraná, mora a dois quilômetros da sede da regional. Atuou no Rotary Club e hoje colabora de forma anônima com entidades e lideranças comunitárias.

Para o prefeito, a transparência e a ética na gestão pública são “importantíssimas”, sendo fundamental o papel do Conselho Participativo Municipal. “O nosso Conselho é bem atuante, tem acesso aos contratos, sabe quais são as metas previstas, os projetos”, comenta.

Para avaliar as condições das ruas e dos serviços municipais, ele visita os locais que geram queixas dos moradores. “Faço um itinerário diário para verificar reclamações sobre posto de saúde, buracos ou poda de árvores. Você tem que sentir o problema para achar uma solução”, conclui.

Fotos: Sidney Pereira

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