Por: Redação
Publicado em 26.05.2017 | 15:50 | Alterado em 26.05.2017 | 15:50
Desde o início do ano, Paulo Mathias administra Pinheiros, na zona oeste da capital. Com apenas 26 anos, ele é o prefeito regional mais novo dos 32 gestores locais e o responsável pelo maior número de parcerias privadas. Tarefa que lhe rendeu o status de melhor prefeito regional do mês de maio.
“Detenho 40% das iniciativas privadas de todas as prefeituras regionais. Só a minha é 40%”, enfatiza o jovem, que vem seguindo com afinco a filosofia de privatizações promovida por João Doria (PSDB) na gestão municipal.
Na lista de privatizações está inclusa a parceria com a rede de academias Smart Fit, que financiou a revitalização do canteiro central da Avenida Faria Lima. Nas próximas semanas, o prefeito local pretende anunciar um “pacotão” de concessões de avenidas para obras em canteiros centrais em outras vias, como Rebouças e Nove de Julho.
“Acho que chamou a atenção [as parcerias], e por isso me escolheram como melhor prefeito regional. É um ânimo”, diz Mathias, que recebeu das mãos de Bruno Covas, vice-prefeito e secretário municipal de Prefeituras Regionais, uma caixa de bombons da Nestlé como premiação simbólica.
O título de melhor prefeito do mês vem sendo adotado desde março. O primeiro a ser reconhecido foi Oziel Souza, que lançou a Operação Sono Tranquilo na Cidade Tiradentes, extremo leste. Em seguida, Paulo Cahim, da Casa Verde, na zona norte, foi reconhecido pela boa avaliação, por parte dos moradores, nas audiências públicas, ocorridas em abril deste ano.
Mathias nasceu próximo ao Clube Pinheiros, na Praça Germânia. Mais tarde, mudou-se para o Jardim Europa, local onde passou a maior parte de sua vida. A residência era muito próxima à casa do prefeito João Doria. Desde novembro do ano passado, vive sozinho no Itaim Bibi. “Nunca sai da região. Conheço quais são os principais problemas, os atores. Não todos, por causa da minha idade, mas o grande conhecimento facilita muito”, afirma.
Cerca de 300 mil moradores habitam os quatro distritos da prefeitura de Pinheiros, composta por Itaim Bibi, Jardim Paulista, Alto de Pinheiros e Pinheiros. Exceto Pinheiros, os bairros que levam os nomes dos outros três distritos são os locais mais ricos da capital. Estima-se que mais de 1,5 milhão de pessoas transitem pela região, que comporta importantes avenidas, como Faria Lima, Rebouças, Brasil e Pedroso de Morais.
Para Mathias, a visibilidade, em comparação às demais prefeituras locais, parece ter facilitado a conquista de parcerias. Embora reitere que esse não seja o fator decisivo. “Você vai fazer o termo de cooperação de uma avenida. Quantos milhões de pessoas passam por dia na Marginal Pinheiros e na Faria Lima, por exemplo?”, questiona, exemplificando. “A região ajuda. No entanto, o gestor que está à frente dessa prefeitura tem que correr e ir atrás. Nada cai do céu”, acrescenta o ex-presidente da juventude do PSDB por duas gestões e ex-candidato a deputado estadual, que obteve mais de 27 mil votos nas últimas eleições.
Mathias revela que quase se tornou presidente da empresa municipal de Turismo, a SPTuris. “O João me convidou. Mas não pude [assumir] por conta da Lei das Estatais, que impede aqueles que coordenaram campanha política de ter cargos de chefia em estatais”, diz. “Na campanha a gente brincava: ‘Quem vai ser o coitado que vai cuidar do bairro do prefeito?’. Fui eu. Acho que estamos fazendo um bom trabalho.”
O pinheirense afirma que conseguiu reduzir em 29% (na somatória) as contas de água, luz e telefone, a partir de mudanças de hábitos na própria sede. Cerca de 200 mil reais foram investidos em obras e equipamentos doados para revitalizar a praça de atendimento. Além disso, garante que economizará R$ 200 mil anuais com o fim do contrato da locação de computadores. “Consegui a doação de 60 computador do Shopping Vila Olímpia. Em quatro anos, são quase 1 milhão de reais. É muita coisa”, garante.
Segundo Mathias, a expectativa para o andamento de seu mandato é que outros contratos sejam cortados ou aprimorados “sem prejudicar os serviços em andamento”. Pretende também apaziguar as brigas entre moradores e comerciantes e seguir com “grandes metas de zeladoria participativa, em parceria com a iniciativa privada”.
Foto principal: Arquivo Pessoal/ Facebook
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