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Prefeito de São Miguel promete melhorar segurança de pedestres

Distrito lidera número de acidentes de trânsito. De acordo com a CET, 11% dos atropelamentos são causados por ônibus, quase o dobro da proporção da cidade

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Por: Redação

Publicado em 13.03.2018 | 14:45 | Alterado em 13.03.2018 | 14:45

Tempo de leitura: 4 min(s)

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Edson Marques, prefeito regional de São Miguel Paulista, na zona leste de SP (Eduardo Silva/32xSP)

“O maior desafio de São Miguel para 2018 é melhorar o sistema viário e a segurança dos pedestres.” A afirmação de Edson Marques, 61, prefeito regional de São Miguel Paulista, no extremo leste de São Paulo, refere-se ao alto número de acidentes de trânsito com vítimas que acontecem na região. “Dentre outras questões que afetam o bairro, esse é um dos problemas que mais me preocupa.”

Entre 2010 e 2014, São Miguel Paulista teve 372 acidentes de trânsito, sendo que 129 deles envolveram pedestres e 22 foram fatais. Em 2017, o distrito foi apontado como a região da capital paulista com mais acidentes de trânsito com crianças, segundo dados da pesquisa Desigualdade da Primeira Infância, realizada pela Rede Nossa São Paulo e a Fundação Bernard van Leer.

“Para isso, a prefeitura regional tem trabalhado no projeto ‘Área 40’, que propõe 18 intervenções no centro de São Miguel como extensão de calçadas, implantação de travessias, lombadas e redutores de velocidade”, afirma Marques.

A medida busca garantir a circulação segura de pedestres, além de implementar uma melhor sinalização em cruzamentos, vias e praças para evitar e reduzir o conflito de pedestres e ciclistas com carros, motos e demais veículos.

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Na Avenida Marechal Tito, que é a principal via do bairro e possui intenso fluxo de carros, ônibus e veículos de carga, é comum o registro de acidentes graves por conta de suas calçadas estreitas, travessias mal sinalizadas e imprudência dos pedestres. Em 2014, foi a via com o maior número de atropelamentos fatais, totalizando 11 mortos.

De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 11% dos atropelamentos em São Miguel são causados por ônibus, quase o dobro da proporção da cidade de São Paulo, que equivale a 6%. Quanto a isso, Marques destaca que é um dos principais problemas que afetam a região.

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Acidentes do distrito de São Miguel Paulista (Reprodução/Projeto 40)

“Se você anda pela Marechal Tito, se depara com um poste no meio da calçada do Colégio Dom Pedro. Quem precisa desviar do poste, corre o risco de ser atingido pelo espelho retrovisor de ônibus, caminhões ou outros veículos altos”, conta. “Além disso, quem está vindo de um lado, se mantém na calçada, mas quem vem do outro, tem a tendência de ir para o leito carroçável e é por isso que você tem um número absurdo de atropelamentos ali”, complementa.

A Área 40 de São Miguel Paulista foi desenvolvida em 2016 e as intervenções ainda estão em andamento. O projeto também está presente em outras regiões da cidade de São Paulo, como Lapa, Santana e Penha.

DESIGUALDADES

Outro problema presente em São Miguel Paulista são as diferenças sociais entre os seus três distritos: São Miguel Paulista, Vila Jacuí e Jardim Helena. Cada um deles possui características distintas, incluindo dados demográficos, poder aquisitivo dos moradores e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

“Um bairro é totalmente diferente do outro… É impressionante. Se você olhar bem para cada um deles, vai ver diferenças brutais”, ressalta Edson Marques.

A Vila Jacuí, onde está localizada a prefeitura regional e uma universidade, é uma área com mais consolidada, enquanto o Jardim Helena, mais abaixo, sofre com mais desigualdades. Por outro lado, ambos os bairros figuram entre os 20 distritos com os piores IDH da cidade de São Paulo, tendo o 17º e o 6º índice mais baixo, respectivamente. 

Nas imediações do Jardim Helena, está o Jardim Pantanal, bairro que foi construído em uma área de várzea próxima ao Rio Tietê e, por isso, sofre constantemente com alagamentos.

“A maior parte do Jardim Helena é uma área de proteção ambiental permanente, ou seja, não deveria ter aquelas casas ali, mas as pessoas foram construindo”, avalia Marques, acrescentando que se trata de uma área onde vivem cerca de 25 mil pessoas, com ruas que não possuem asfalto, nem mesmo sistema de água ou esgoto.

“As pessoas bebem água de uma mangueira que passa por dentro do esgoto, correndo o risco de contaminação. Isso me incomoda muito porque tem muitas crianças lá”, segue.

“O ideal seria que o poder público não tivesse deixado que elas construíssem casas naquela área ou, então, tivesse condições de retirá-las, colocar as famílias em uma moradia digna e depois devolver o espaço para o Rio Tietê. Mas isso é uma utopia, não vai acontecer. Até porque são residências que estão lá há mais de 20 anos.”

O prefeito regional explica que está trabalhando junto com o Ministério Público em um Termo de Ajustamento de Conduta para incluir um sistema de água e esgoto no bairro e melhorar a acessibilidade do local. Ele conta que ainda não há uma previsão para a ação ser concluída, mas que é uma meta.

“Estamos em reuniões permanentes. Foi criado o órgão ‘Frente Parlamentar em Defesa do Jardim Pantanal’, feito por oito deputados que têm acompanhado a prefeitura nessas tratativas com o Ministério Público”, comenta.

REIVINDICAÇÕES PELO WHATSAPP

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Edson Marques, prefeito regional de São Miguel (Eduardo Silva/32xSP)

Edson Marques sempre foi morador de São Miguel Paulista, o que facilitou, em sua gestão, o contato direto com a população do bairro. Ele conta que as pessoas o param na rua, no transporte e até no cinema para reivindicar problemas do local onde moram.

Segundo ele, nos últimos meses, as redes sociais se tornaram uma importante ferramenta para discutir e divulgar questões que merecem atenção. “Tudo está nas redes sociais. Se um prefeito regional não estiver lá também, ele está perdido”, avalia Marques, que recentemente passou a utilizar seu perfil pessoal no Facebook para fazer transmissões ao vivo das ações da Prefeitura Regional.

O prefeito regional também aponta que outro aplicativo começou a fazer parte do seu dia a dia no trabalho: o WhatsApp. “Eu tenho me ocupado bastante com o WhatsApp. Meu número ficou público, então as pessoas me mandam mensagens, me incluem em grupos e mandam suas reivindicações por lá”, diz.

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Para Marques, a internet deixou a comunicação mais dinâmica e ajuda a reunir pessoas que querem debater um determinado assunto de forma mais rápida e objetiva. Mas ele alerta que a relação entre prefeitura regional e população não deve se resumir apenas a isso.

“Seria ótimo mesclar as redes sociais com as reuniões físicas. Até porque no ‘físico’, existe a emoção e a verdade. Na internet, as pessoas acreditam que estão no anonimato e, com isso, surgem muitas mensagens ofensivas”, finaliza.

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