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'Não existe espaço para crescer em Sapopemba', diz prefeito regional

Para Benedito Pereira, apesar da extensão demográfica, não existe mais espaço para a região crescer por causa das ocupações irregulares

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Por: Redação

Publicado em 26.06.2017 | 3:00 | Alterado em 26.06.2017 | 3:00

Tempo de leitura: 3 min(s)

Caçula entre as prefeituras regionais, Sapopemba, na zona leste da capital, passou a ser administrada desde janeiro pelo contador de carreira, Benedito Pereira, 53, mais conhecido como Benê. Advogado e historiador, ele afirma que, apesar da extensão demográfica, não existe mais espaço para a região crescer. O motivo: as ocupações irregulares.

“Em 50 anos, teve um processo de ocupação desenfreado. Não sobraram terrenos. Hoje não dá para fazer um plano habitacional”, afirma, explicando a ausência de investimentos na área habitacional em Sapopemba.

“Fui em uma reunião sobre construção recentemente. O governo [João] Doria (PSDB), em um ano e meio, pretende construir 15 mil unidades habitacionais. Cinco mil na Penha, 1.000 no Aricanduva, 500 em São Mateus e 20 na Vila Prudente. Brinquei ao dizer que 20 não era nada. Daí me responderam: ‘Nada é em Sapopemba’”, diz, comparando a atual gestão com a antecessora, que construiu apenas 10 mil unidades habitacionais em quatro anos.

Segundo dados de 2016, do Observatório Cidadão, um quarto das residências de Sapopemba estão em favelas. São quase 19 mil domicílios e esse é um dos índices mais altos da cidade.

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ORÇAMENTO

Antes do cargo de prefeito regional, Benedito Pereira ocupou cargos de chefia na Prefeitura de São Paulo por mais de 30 anos. Para driblar a redução de recursos – realidade que acomete todas as prefeituras regionais atualmente –, ele diz ter recorrido às emendas parlamentares. O orçamento na regional foi reduzido em 35% em comparação a 2016.

“Dos 27 milhões para este ano, perdi R$ 7 milhões, mas já recuperei R$ 3.100 milhões [por meio de emendas] para fazer obras e serviços”, assegura.

As emendas parlamentares podem ser requeridas aos vereadores e são destinadas à execução de obras e serviços como a reforma uma unidade básica ou zeladoria de uma praça.

Uma emenda pode ser solicitada por qualquer prefeito regional. Benê, porém, explica que, apesar de ser chamada “casa do povo”, é preciso ter acesso e contatos na Câmara dos Vereadores. “Como eu conheço bem o funcionamento, é mais fácil. Eu ​trabalhava no​ antigo​governo​ [da gestão haddad]​ e quando se é da liderança, ninguém é mais inimigo”, diz, ponderando. “Não é amigo também, mas também não​ é inimigo”, reitera.

Cinco meses à frente da regional, ele afirma que precisaria do dobro do orçamento para dar conta das demandas. “Eu ainda não consegui fazer as licitações [para a contratação de serviços]. Ela demora de dois a três meses. A secretaria ​regional das prefeituras prometeu que até maio sai​ria a ata de preços e serviços”, conta. Enquanto isso, diz realizar parcerias.

“Não tenho equipe de poda, por exemplo. Quando a situação de uma árvore é perigosa, chamo Eletropaulo. Quanto tem algum outro problema, chamo Vila Prudente”. Uma das metas de gestão é contratar mais 50 funcionários. O quadro atual é composto por apenas 104.

EX-VILA PRUDENTE

Distrito de Vila Prudente até 2013, Sapopemba ganhou uma prefeitura regional própria mais de dez anos após serem instituídas, por meio de lei em 2002, as regionais (chamadas até 2016 de subprefeituras). A antiga nomenclatura, ao contrário da maioria, ainda não foi alterada na fachada da sede.

“Tô na feira, as pessoas me chamam de prefeito. É engraçado! Eles falam prefeito e eu não me toco”, assegura, listando as profissões chegar à nova função. “Fui mensageiro, servente, vigia, inspetor de alunos, auxiliar de secretaria, secretário de escola, escriturário, técnico de contabilidade e contador de carreira.”

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