O primeiro debate para os candidatos ao governo do estado de São Paulo trouxe as periferias à pauta, em geral, para tratar de empreendedorismo. O encontro realizado neste domingo (7), na TV Band, reuniu cinco concorrentes ao Palácio dos Bandeirantes: Elvis Cezar (PDT), Fernando Haddad (PT), Rodrigo Garcia (PSDB), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Vinicius Poit (Novo).
As falas mostraram um pouco da visão dos candidatos sobre as periferias de São Paulo, mas com propostas focadas em cada morador conseguir fazer o próprio corre para sobreviver.
Tanto que o próprio termo periferia veio, sobretudo, pelos dois que estão atrás nas pesquisas neste momento: o deputado federal Vinicius Poit (Novo) e o ex-prefeito de Santana de Parnaíba, Elvis Cezar (PDT).
Vinicius Poit citou o DataFavela e que o último levantamento divulgado pela Cufa (Central Única das Favelas) teve a presença de Felipe D’avila, candidato do Novo à presidência. Citou o dado em que 76% das populações em favelas querem abrir o próprio negócio.
“São Paulo precisa de um governador para quem quer abrir negócio”, disse o deputado que propõs criar microcrédito para comunidades.
Apesar da ênfase em empreender, pouco foi falado sobre o “empreendedorismo por necessidade”: o fato de muitos abrirem negócios nas quebradas, até na porta de casa, por conta do desemprego.
Elvis disse que quer “cuidar da periferia de São Paulo” e fazer ensino para empregabilidade, para o crime “não aliciar mais o jovem da periferia”. Falou em 300 mil programadores, dar estágio para 100 mil jovens, e dar oportunidade para as mulheres que não vão ter mais que esperar para pôr o filho na creche.
Atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB) falou que quer reduzir a desigualdade social, citou o Bom Prato instalado nas periferias.
Poucas vezes bairros específicos das periferias foram mencionados. Uma delas foi por Rodrigo Garcia, que enfatizou ter escolhido Paraisópolis como bairro para tomar posse como governador, após a renúncia de João Doria (PSDB).
As outras duas foram do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) ao falar dos hospitais da Brasilândia, na zona norte, e de Parelheiros, na zona sul, obras que começaram na gestão dele (2013-2016), mas que não ficaram prontos até o começo da pandemia.
Haddad disse que deixou o primeiro praticamente terminado, mas que não foi entregue por um pedido para deixar a obra junto com o Metrô. No caso de Parelheiros, alegou que o prédio estava pronto e faltava ser equipado, o que demorou três anos pela gestão seguinte. Haddad também falou da fome e disse que o salário mínimo será de R$ 1.580.
O ex-ministro de infraestrutura Tarcisio Freitas (Republicanos) citou as periferias ao falar que “o transporte vai chegar nas periferias e as pessoas vão poupar horas das suas vidas. Onde não vai ter esgoto a céu aberto”.