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Reunião discute a criação de uma prefeitura regional do Jardim Ângela

O encontro aconteceu na Paróquia Santos Mártires, localizada na zona sul da cidade

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Por: Redação

Publicado em 31.10.2016 | 13:32 | Alterado em 31.10.2016 | 13:32

Tempo de leitura: 3 min(s)
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Crédito: Cíntia Gomes

Moradores dos distritos do Jardim Ângela e do Jardim São Luís discutiram na última sexta-feira (28) a criação de uma prefeitura regional no Jardim Ângela. O encontro aconteceu na Paróquia Santos Mártires, localizada na zona sul da cidade.

Eliana Ricart, 58, é moradora do Jardim São Luís desde que nasceu e fez questão de estar presente. “Tem muita gente para uma única subprefeitura aqui. A saúde é muito precária, precisa desenvolver mais cultura, esporte e lazer para que as crianças saiam e não entrem no mundo das drogas”, diz.

Durante a campanha, o prefeito eleito de São Paulo para os próximos quatro anos, João Doria (PSDB), prometeu transformar as 32 subprefeituras da cidade em prefeituras regionais, com orçamentos próprios e gestores indicados, e assim oferecer maior agilidade e autonomia orçamentária para resolver os problemas de zeladoria urbana nos bairros da cidade. Com base nisso, o encontro foi organizado pelo Padre Jaime Crowe, presidente da ONG Sociedade Santos Mártires, que acredita na importância de ser criada uma prefeitura regional para o Jardim Ângela, para o Jardim São Luís, além da já existente Subprefeitura do M’ Boi Mirim.

Leia mais: Prefeito eleito, João Doria deve substituir subprefeituras por prefeituras regionais

Para o padre, as coisas precisam acontecer da periferia para o centro e, por isso, cedeu o espaço no salão da igreja para que o envolvimento dos moradores fosse maior. Ele acredita que a ideia de prefeitura regional orçamentária, mais autônoma é boa, mas precisa da participação da comunidade.

“Queremos que olhem o abandono e tamanho da nossa região. Queremos chamar a atenção agora que está começando uma nova administração, apresentar nossas sugestões para o plano de governo do prefeito eleito, trazendo uma nova visão para esse distrito do Jardim Ângela que tem mais de 340 mil habitantes e está abandonado pelos políticos há décadas”.

No encontro estiveram presentes 13 representantes de moradores, organizações e lideranças locais.  O morador do Capão Redondo e um dos organizadores do evento, Devanir Amâncio, 52, revela que foram convidados vereadores como Alfredinho (PT),  Jonas Camisa Nova (DEM), Mario Covas Neto (PSDB), Milton Leite (DEM), entre outros, mas não compareceram. O único que enviou representante foi o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Donato (PT).

“Milton Leite, como vereador e líder de votos na zona sul, deveria estar presente aqui na reunião para conversar sobre os desafios da região. A subprefeitura do M’ Boi Mirim não dá conta, há uma desilusão da população, um desencanto com os poderes públicos, municipal, estadual e federal como um todo”, comenta Devanir.

Segundo Vania Silva, 34,  que é moradora do bairro Parque Santo Antônio e trabalha na Casa de Cultura e Educação São Luís, essas discussões com os agentes da comunidade são essenciais para a construção de políticas que atendam o mais próximo possível a população. “O novo prefeito fala muito em gestão e em eficiência, acho que o caminho é ouvir a população porque demanda tem muita”, sugere.

No final do encontro foi definido que irão organizar um seminário no dia 18 de novembro no mesmo local e convidarão o Secretário de Governo, Julio Semeghini, e o vice-prefeito eleito e secretário das Prefeituras Regionais, Bruno Covas, para discutir com os moradores e lideranças as reflexões dessa primeira reunião e saber quais são as propostas sobre as prefeituras regionais, principalmente no Jardim Ângela.

“O grande problema é conseguir trazer a cidade para cá e, quando a gente discute a questão da subprefeitura, é porque a cabeça pensa onde os pés pisam e a administração da cidade está mais na região da Paulista, da Berrini e do Anhangabaú, do que na periferia. A ideia é fazer que o olhar da periferia contribua para mudar o olhar da cidade e a cabeça dos administradores, ou como estão gostando de chamar, dos gestores”, finaliza Padre Jaime.

Foto: Cintia Gomes

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