Votação ocorre no próximo domingo (1) em todos os municípios do país. Conheça os desafios de moradoras das periferias que se candidatam a uma vaga
Magno Borges / Agência Mural
Por: Danielle Lobato
Notícia
Publicado em 29.09.2023 | 6:30 | Alterado em 14.11.2023 | 15:07
No próximo domingo (1) ocorre, em todos os municípios do país, a eleição do Conselho Tutelar. Os eleitos serão responsáveis por atuar na defesa dos direitos da criança e do adolescente em um mandato de quatro anos.
Na cidade de São Paulo, 1.246 pessoas disputam as 260 vagas de conselheiros tutelares, segundo a prefeitura de São Paulo.
O cargo foi criado a partir da aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 13 de julho de 1990. A Agência Mural entrevistou duas candidatas da zona leste de São Paulo que dividiram suas experiências, desafios e o dia a dia do pleito eleitoral.
Os Conselhos Tutelares são órgãos autônomos e independentes, que têm a função de garantir a proteção integral dos direitos de crianças e adolescentes. Eles estão presentes em todos os municípios do país.
Incentivada pelos moradores locais, Marleide Rezende, 54, que mora no Jardim Lapena, está concorrendo pela primeira vez à eleição do Conselho Tutelar. No seu dia a dia, ela conversa com os moradores de porta em porta e explica a função do cargo e a sua importância.
“Para muitos, o trabalho do Conselho Tutelar é só para tirar o filho do pai e da mãe, mas não é isso. É seguir um estatuto que fornece atenção à saúde, educação, lazer, cultura e tantos outros direitos garantidos”, diz Marleide.
Atender crianças e adolescentes com direitos violados ou ameaçados;
Promover o encaminhamento de situações aos pais ou responsáveis, mediante termo de responsabilidade;
Prover orientação, apoio e acompanhamento temporários;
Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente.
No Jardim Helena, a líder comunitária Millene Ferreira, 22, é a candidata mais jovem na região, inspirada pelo exemplo de sua avó, ex-conselheira tutelar, e também pelo trabalho que realiza com 400 famílias no território. Ela conta que a idade é um entrave para alguns eleitores na hora de se apresentar como candidata.
“Acredito que a juventude tem um poder de restauração e mudança, claro, seguindo sempre o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas tendo a consciência de que precisamos de renovação no Conselho Tutelar”, afirma a jovem.
Segundo Millene, a sociedade mudou e com isso novos desafios são impostos diariamente a crianças e adolescentes.
“É preciso olhar para novas questões de gênero, raça, território, segurança, lazer, educação e cultura, para garantir o direito das crianças e dos adolescentes”, destaca.
Todo cidadão com mais de 16 anos e título de eleitor regularizado pode ir às urnas para ajudar a escolher os próximos membros do colegiado. O eleitor deve se apresentar no local de votação com um documento de identidade com foto e com o número do título de eleitor e zona eleitoral.
A votação se dará em urnas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral, com a indicação do nome e respectivo número do candidato.
O voto é sigiloso, feito em uma cabine privativa. Cada eleitor votará apenas uma vez, em um único candidato. A eleição será realizada das 8h às 17h, em escolas e faculdades. A lista com os locais e os candidatos está disponível no site da Prefeitura de São Paulo.
Confira as candidaturas no seu município no site A Eleição do Ano.
Jornalista, sagitariana com ascendente em lanches. Mãe de pet, viajante e apaixonada pela vida. Correspondente de Itaim Paulista desde 2016.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
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