O fundador, Alexnaldo Santana, morador do subúrbio ferroviário de Salvador, fala sobre as ações do grupo, inclusive durante a pandemia
Por: Redação
Notícia
Publicado em 29.10.2020 | 18:43 | Alterado em 29.10.2020 | 18:43
O avião virtual do “Em Quarentena” pousou em Salvador, Bahia, para conhecer o grupo “Geração Black”, que busca promover a autoestima do povo negro e também faz trabalho voluntário e ações culturais nas periferias da capital baiana.
A conversa foi com Alexnaldo Santos Santana, 30, que é fundador do grupo e mora com a família no Periperi, bairro do subúrbio ferroviário de Salvador. Ele abriu o programa enfatizando a importância do trabalho da “Geração Black”.
“Um grupo como o nosso ajuda a elevar a autoestima, mostra porque as pessoas pretas têm a sua beleza própria, não precisa estar se espelhando, seguindo um certo padrão de beleza. E tem o potencial e o valor na sociedade. Ajudamos a realçar a nossa cultura e aumentar a nossa representatividade”. (ouça a partir de 00:01)
Antes de fundar o “Geração Black”, Alexnaldo já participava de alguns grupos de empoderamento negro, mas sentia que poderia fazer mais.
“Logo no início fazíamos trocação de experiências, aonde a gente cuidava do cabelo, ensinava como trançar, como fazer receitas caseiras, a valorização do preto na verdade, a autoaceitação”. (a partir de 01:09)
Ele contou que com o tempo, o grupo foi crescendo e rolaram encontros presenciais, de poesia, dança e muitas outras trocas. O fundador percebeu que não poderia parar por aí e teve outra inspiração.
“Eu tive a ideia de fazer ações nas comunidades. Aonde a gente eleva a autoestima das pessoas levando o corte de cabelo, a trança, a maquiagem, o designer de sobrancelha, além disso a música, a dança e a poesia”. (ouça em 01:40)
Hoje o grupo conta com cerca de 40 voluntários e tem 5 administradores. Antes da pandemia, eles visitavam de dois a três bairros em Salvador, por mês, para realizar o trabalho. Em alguns casos, eles escolhem os locais, mas também são convidados pela comunidade.
Alexnaldo comentou ainda que o “Geração Black” conta com um esquema de arrecadação e doação de alimentos que vão para um local da própria comunidade assistida.
Durante a pandemia do coronavírus, o grupo seguiu em ação, mudando apenas a forma de fazer as atividades.
“Produzimos várias lives, debates e vídeos ensinando como trançar cabelo, como finalizar, dando dicas de cabelo. Além disso, a gente promoveu vaquinha solidária, arrecadamos alimentos, montamos cestas básicas e doamos para famílias carentes e para as próprias famílias do grupo, que estavam passando por momento difícil”. (em 02:35)
Vale lembrar aos moradores de Salvador e região, que o grupo está sempre aceitando voluntários de qualquer área de atuação. Basta entrar em contato pelo instagram @geracaoblack_.
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Ouça este bate papo completo no Em Quarentena #47 – Segunda Temporada – Na Lapa, moradores cobram abertura total do hospital Sorocabana.
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