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Subprefeitura da Penha é dirigida por chefe de gabinete há três meses

No cargo como interino desde junho deste ano, Thiago Della Volpi ocupa cadeira deixada por subprefeitos suspeitos de envolvimento com corrupção

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Por: Redação

Publicado em 24.09.2018 | 14:30 | Alterado em 24.09.2018 | 14:30

Tempo de leitura: 4 min(s)

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Thiago Della Volpi é chefe de gabinete da subprefeitura da Penha e ocupa cargo desde junho deste ano (Assessoria de Comunicação da Subprefeitura da Penha)

Desde junho deste ano, a subprefeitura da Penha, na zona leste de São Paulo, vem sendo comandada pelo chefe de gabinete. Aos 37 anos, Thiago Della Volpi, ocupa a vaga deixada por ex-subprefeitos, afastados por suspeita de envolvimento em corrupção.

Um chefe de gabinete é responsável pela organização e coordenação das ações propostas pelo mandatário, é o “braço direito” de um vereador, prefeito ou, no caso, subprefeito.

“Aceitei assumir o cargo porque estava como chefe de gabinete, sou funcionário de carreira. Conheço a logística do funcionamento da subprefeitura e não poderia fugir a esse desafio”, afirma Volpi, que é formado em história e engenharia agrônoma.

“Por ser uma questão de crescimento profissional, eu não poderia deixar a nossa região e o local onde trabalho há 12 anos sem comando”, segue.

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Com um orçamento de pouco mais de R$ 15,1 milhões para 2018, o subprefeito em exercício explica que a manutenção de todos os contratos e atividades na subprefeitura foram mantidos.

“Em nenhum momento houve declínio de produção da subprefeitura em suas atividades básicas, como zeladoria. Emendas parlamentares têm sido utilizadas da mesma forma”, diz.

“Iniciamos algumas discussões com a população, justamente no sentido de pensar no desenvolvimento econômico, uma série de debates ao qual denominamos como ‘PRPenha Esclarece’”, completa, referindo-se aos encontros abertos ao público para debates de temas importantes. O primeiro aconteceu na última quarta-feira (19), com o tema “Áreas municipais: Autorização, Concessão e Permissão de Uso”.

Segundo ele, o “PRPenha Esclarece” funciona a partir de programação quinzenal, na qual serão trabalhados temas como “Lei da 1 hora”, “Programa Adote Uma Praça”, “Alvarás de Funcionamento”, “Novo Código de Obras”, entre outros.

‘BAND-AID’

Já sobre o assunto zeladoria urbana, o subprefeito interino afirma que é um desafio central da gestão. Na pauta estão o descarte excessivo de lixo e entulho, invasão de áreas públicas e também privadas, sobretudo, nas margens dos córregos, entre outros.

“Temos muitos córregos cujas margens estão ocupadas por moradias irregulares e ocasiona problemas, sobretudo em períodos chuvosos”, diz.

“O trabalho de tapa-buraco funciona como um ‘band-aid’ e tem a finalidade de cobrir os problemas emergenciais. Na região já foram tapados, aproximadamente, 4.900 buracos.”
Thiago Della Volpi, subprefeito interino da Penha

De acordo com o interino, de janeiro a agosto deste ano, foram tapados quase 50 mil m² de buracos e 2.105 bocas de lobo reformadas. Volpi ainda destaca o plantio de 89 árvores e quase 3,4 toneladas de detritos recolhidos.

Dentre as promessas de Volpi estão incentivar a economia local, por meio de reuniões, parcerias e concessão de áreas públicas, inaugurar o Mirante da Vila Matilde, revitalizar antigos pontos de descarte irregular e consolidar uma Feira do Desapego na Vila Matilde.

COMUNIDADE SOB VIADUTO DA CPTM

A Penha abriga uma comunidade localizada literalmente debaixo do viaduto da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), na rua Manoel Graça, ao lado do viaduto Alberto Badra e a linha 12-Safira da CPTM. Centenas de pessoas em situação de vulnerabilidade moram no local considerado de risco. A área também sofre com excesso entulho e falta de assistência.

Volpi ressalta que o perímetro é de responsabilidade da subprefeitura da Mooca, porém promete criar uma central de triagem e reciclagem para minimizar os problemas do entorno.

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Comunidade debaixo do metrô na linha 12-Safira da CPTM (Jordan Mello/32xSP)

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“Nós conhecemos o problema de ocupação irregular, população em situação de rua, o problema de vulnerabilidade. Tanto conhecemos que semanalmente, ao menos uma ação de zeladoria é feita no local, incluindo limpeza, retirada de material. São retiradas aproximadamente 12 toneladas ao mês”, explica.

Segundo ele, agentes da Secretaria de Assistência Social já realizaram diversos trabalhos com os moradores em situação de rua, oferecendo abrigos para que eles ficassem. “Nem por isso, a gente se furta em assumir que ainda carece de mais ações definitivas para o local”, pondera o subprefeito.

ECONOMIA LOCAL

Ponto de reclamação entre os moradores da Penha, o constante fechamento de comércios na região preocupa o subprefeito. Ele admite o problema e aposta em cursos de capacitação para tentar mudar a situação.

Ainda de acordo com Volpi, outras regiões da zona leste estão sentindo o reflexo da diminuição do comércio. “Temos feito reuniões constantes com a associação comercial, entidades civis, empresas e comerciantes, para fomentar esse crescimento”, afirma. De acordo com ele, cursos de capacitação têm sido realizados na subprefeitura, em parceria com o Senac e o Sebrae.

‘HERANÇA’ POLÊMICA

Durante a gestão Doria-Covas (PSDB), a subprefeitura da Penha vem protagonizando um histórico conturbado em relação aos seus últimos dois administradores. Em junho do ano passado, Jurandir Junqueira Júnior foi demitido do cargo pelo então prefeito João Doria (PSDB).

Na época, surgiram denúncias de suposto esquema de propina envolvendo empresários, atravessadores e servidores públicos do município, para que comércios e imobiliárias pudessem descumprir a Lei Cidade Limpa, que regula o espaço de publicidade na cidade de São Paulo.

Junqueira foi substituído por Fernanda Maria de Lima Galdino. Ela ficou no cargo até o dia 29 de junho deste ano, quando também foi exonerada.

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Fernanda Galdino foi a primeira prefeita mulher da regional da Penha, na zona leste de SP (Reprodução)

Fernanda foi citada em uma investigação da Corregedoria Geral da Justiça que aponta sua participação em um esquema ilegal para furar a fila da moradia popular em São Paulo.

Questionada sobre o porquê de não ter efetivado Volpi e a indefinição de um titular da subprefeitura, a Secretaria Municipal das Subprefeituras não respondeu a reportagem, limitando-se a dizer que o “subprefeito em exercício está trabalhando para a região e toda comunidade sem que haja qualquer redução do atendimento”.

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http://32xsp.org.br/2018/08/30/o-que-sao-e-para-que-servem-as-32-subprefeituras-de-sp/

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