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Times de futebol e super-heróis estampam máscaras produzidas por casal em Pirituba

A partir de quinta-feira (7), uso do material de proteção no rosto será obrigatório nas ruas, segundo governo do estado

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Arquivo Pessoal

Por: Lara Deus

Notícia

Publicado em 06.05.2020 | 9:40 | Alterado em 27.02.2024 | 16:22

RESUMO

A partir de quinta-feira (7), uso do material de proteção no rosto será obrigatório nas ruas, segundo governo do estado

Tempo de leitura: 3 min(s)

A pandemia de Covid-19 trouxe prejuízos à economia para quem depende do trabalho informal nas periferias de São Paulo. Com o aumento dos casos e a obrigatoriedade do uso de máscaras a partir do dia 7, alguns moradores têm apostado em fabricar a proteção para conseguir uma renda extra. 

Em Pirituba, na zona noroeste da cidade, Tayse Suely Macedo, 30, decidiu estilizar as peças. Nos pedidos, ela tem feito estampas com base no pedido dos clientes. “Fizemos alguns temas de exemplo no início e depois os próprios clientes escolhem”, conta a auxiliar de dentista. 

Para as primeiras estampas, usaram logos de marcas, escudos de times de futebol e  ilustrações de sorriso diferentes, como de caveiras ou do personagem Coringa.

Logo que as divulgou em grupos de vendas do bairro, os comentários e encomendas não pararam, e foi até difícil responder a todos os pedidos. “Desculpa demora, são muitos pedidos”, comentou em uma publicação. 

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Casal com máscaras estilizadas @Arquivo Pessoal

De primeira, a estampa que mais fez sucesso foi a que tem o escudo do Corinthians. Depois, as encomendas personalizadas começaram. “Você faz com logo da empresa, ou com personagens que eu quiser?”, perguntou uma empresária. Outra moradora escolheu uma estampa de caveira mexicana. 

E a criatividade não parou: “Você faz com o sorriso do gato da Alice no País das Maravilhas?”, pediu outra cliente. 

Tayse está desempregada desde agosto de 2019 por opção, quando começou a trabalhar com o marido Thiago Macedo em uma empresa de objetos personalizados. Eles já faziam lembrancinhas para festas infantis e brindes de empresas.  

No entanto, desde o início da pandemia houve queda nas encomendas do casal. A melhora veio justamente com os materiais para proteção. “As máscaras caíram do céu como uma renda extra. Estamos vendendo desde o momento em que não havia mais exigência de usar tecido algodão”, conta. Cada uma é vendida a R$ 8.

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Máscaras estilizadas foram opção para conseguir renda @Arquivo Pessoal

Além de Tayse e do marido, o resto da família também participa da produção: mãe, irmão, e até o enteado adolescente. 

Os temas e fotos são escolhidos pelos clientes. Thiago monta a arte digital no formato da máscara e envia para aprovação do comprador. Depois, faz a impressão no tecido, corte, prensagem e acabamento final. “Todo o processo é feito em casa”, completa.

As encomendas são entregues na região de Pirituba e nos bairros próximos, mas alguns clientes retiram na própria casa da família. 

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MÁSCARAS DE TECIDO

As máscaras de Tayse são feitas com três camadas: duas de poliéster e uma de TNT. O objetivo é que as gotículas de saliva e muco nasal, onde o novo coronavírus pode estar presente, não passe pelas barreiras. 

O Ministério da Saúde passou a recomendar o uso desse item desde o início de abril, quando a transmissão local do vírus estava estabelecida no Brasil. 

Quem compra máscaras de produtores como a família de Tayse tem que seguir algumas instruções, para que a barreira seja efetiva.

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Já no início de maio, o Governo do Estado de São Paulo determinou que as máscaras serão obrigatórias na rua a partir de quinta-feira (7). Cada prefeitura irá escolher como fiscalizar se a regra está sendo cumprida e quais as penalidades para quem desobedecer. 

Dentre as recomendações para fabricação de máscaras caseiras, estão o uso de pelo menos duas camadas de tecido e a presença de elásticos ou tiras para amarrar acima das orelhas e abaixo da nuca. “Desse jeito, o pano estará sempre protegendo a boca e o nariz e não restarão espaços no rosto”, instrui o manual do órgão.

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Lara Deus

Jornalista, apaixonada por rap nacional, literatura periférica e toda cultura que é produzida por aqui. Correspondente de Pirituba desde 2017.

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