No último final de semana, um grupo de correspondentes aproveitou o sábado do feriado de Páscoa para fazer um turismo em Mairiporã, cidade da Grande São Paulo. Os correspondentes passaram o dia lá e aproveitaram ao máximo a cidadezinha que tem ares de interior. Confira abaixo os relatos dos muralistas que fizeram parte da excursão.
Essa foi a segunda vez que recebi os correspondentes do Mural em Mairiporã por meio do “Turismural”, e é sempre interessante ver as reações das pessoas conhecendo novos lugares, especialmente quando o lugar é a sua cidade.
Então esse tipo de visita seguida de opinião, tanto positiva quanto negativa, nos ajuda a crescer como cidade e como comunidade.
A natureza, o clima da serra e a hospitalidade das pessoas sempre nos renderam o elogio de “capital mineira da Grande SP”.
Isso também se deve a muitos migrantes, como minha família por parte de mãe, terem vindo de Minas Gerais para cá por conta da proximidade com a capital.
A busca por essa tranquilidade na região metropolitana deu origem a diversas ocupações irregulares na serra, problema que se agravou com a tragédia da chuva do dia 11 de março, onde tivemos mais de mil deslizamentos e 10 mortes. O que se seguiu, no entanto, foi uma onda de solidariedade que eu nunca havia visto por aqui.
Foi nesse clima que eu e todos do Conselho de Cultura daqui resolvemos criar o Ato Cultural Solidário ”Cidade da Bondade” no dia 26 de março, véspera do aniversário de Mairiporã, uma maneira de agradecer a todos os voluntários e também trazer alegria para as famílias afetadas pela chuva.
A visita dos muralistas seria para conhecer pontos interessantes da cidade, mas também para participar desse evento, que contava com um apanhado de tudo o que a cidade tem de melhor em teatro, música, artesanato, fotografia e atrações para crianças.
Tudo de graça e feito por voluntários, inclusive o shows como o do cantor Zé Geraldo, morador ilustre da cidade que encerrou o dia de passeios por aqui. (Humberto Müller – Mairiporã, Grande SP)
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A caminhada começa começa plana saindo da rodoviária e termina numa subida. A vista também é de tirar o fôlego! É possível visualizar vários pontos da cidade como a represa Paiva Castro e o pedágio da rodovia Fernão Dias. Também é possível matar a sede com uma torneira de água da nascente instalada em uma árvore em frente a escadaria de pedra.
A cachoeira da Caceia é bem acessível tanto de carro quanto de ônibus. Água gelada na altura da cintura, solo arenoso com pedras, forte queda d’água, maior na época de chuvas. Uma vista linda, infelizmente prejudicada por alguns turistas que deixaram restos de garrafas de vidro quebradas.
Na parte de alimentação os atrativos são tentadores, gostosos e com preço justo, desde o churros do bosque da amizade, passando pelos salgados e lanches do Godói e terminando no hambúrguer artesanal do Santa Roça, um espaço que faz a gente se sentir em Minas Gerais, pelos sabores dos pães de queijo e doces. O local tem uma decoração e som ambiente temático, possui sinal de “uai fai” e piadinhas no final do cardápio.
O Pico do Olho d’ Água fica em um ponto alto da cidade e não possui transporte público que passe perto, prejudicando não só os turistas, mas também os próprios moradores da região que não tem opção de transporte. De lá é possível ver pontos da cidade São Paulo e um belíssimo pôr do sol, se as nuvens permitirem, mas mesmo sem o sol as cores do horizonte são lindas. A altitude e os ventos deixam a temperatura mais baixa do que na cidade.
O bosque da amizade é um amplo espaço verde com brinquedos. No aniversário de Mairiporã o bosque recebeu palco com orquestra, shows, atividades como teatro, meditação, barracas diversas, exposição de fotografias das paisagens da região…
No último show da noite, Zé Geraldo e companhia apresentaram canções iluminados pelos faróis de veículos estacionados, pois o local não possui iluminação. Mas o público parecia não se importar muito com isso e cantava junto debaixo de um céu estrelado. (Aline Kátia, Jova Rural, zona norte de São Paulo)
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Achei Mairiporã uma cidade acolhedora. O que mais me impressionou foi a educação no trânsito, principalmente o respeito aos pedestres. O centro da cidade é limpo e o clima é mais frio. A gastronomia também é um dos pontos fortes, tem muitas opções para todos os gostos. A estrada lembra a ida para o litoral, e chegamos a ver um cavalo caminhando, algo comum na paisagem da região. A vista no Pico no Olho d’água é um espetáculo, além da Cachoeira da Caceia.
É um clima de interior dentro da grande São Paulo. (Kelly Mantovani, Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo)
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É comum irmos ao centro da cidade realizar atividades, e isso chega muitas vezes também acontece quando queremos nos divertir. Não costumamos ver as opções que estão perto de nós. Normalmente eu não procurava passeios mais perto de onde moro e sempre caia no destino da maioria: os shoppings centers.
Nos encontramos no metrô Tietê e de lá, tomamos um ônibus que vai pra Mairiporã. Quando chegamos fomos tomar café e depois conhecemos o cruzeiro com uma vista privilegiada para a cidade. Mais tarde fomos na bela cachoeira da Caceia, lá curtimos a água gelada na tarde quente. Voltamos e comemos em uma lanchonete tipicamente do interior. Uma delícia de comida e de atendimento. Fomos ao evento no Parque da Amizade e por lá ficamos.
No fim da tarde, fomos ao Pico do Olho D’água ver o pôr do sol, que ficou meio tímido, mas a ida rendeu belas fotos e ótimas lembranças. Do alto, a gente consegue ver São Paulo no horizonte e a cidade pequena cheia de casinhas: Mairiporã.
É a segunda vez que vou pra Mairiporã, ambas as vezes, por meio do “Turismural”, e gosto muito da cidade, o clima de interior dá a sensação de que viajamos horas e horas pra chegar, mas não. A educação das pessoas é inacreditável e isto é mais visível nas ruas, na hora de atravessar, pois basta pisarmos na faixa que os veículos param para dar preferência aos pedestres. A acolhida das pessoas é outro ponto positivo: dá pra sentir em casa, de fato. A sensação é de cidade pequena, puro interior.
O ponto alto do dia foi o show no fim da tarde com a banda Folk na Kombi, acompanhada de Nô Stopa e seu pai, Zé Geraldo. Com a pouca luz da noite, estava difícil enxergar os artistas, mas com a cooperação e a união das pessoas ali, com seus carros e celulares, aconteceu o show com músicas maravilhosas cantadas em coro pela plateia animada.
A volta pra casa foi um ponto ruim, pois o ônibus que nos levaria de volta demorou mais que o previsto enquanto esperávamos no terminal. Uma fila imensa se formou atrás do nosso grupo.
No final, o dia foi muito produtivo e gastei muito menos do que costumo gastar em outras saídas. Com a alimentação, passagens e demais coisas, foi cerca de 37 reais. Fora tudo que vi e aprendi que, não se contabiliza por meio do dinheiro. (Lucas Veloso, Guaianases, zona leste de São Paulo)
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Eu nunca tinha ido para Mairiporã, embora seja tão perto de casa, pois moro na zona norte. Desde que o encontro foi marcado comecei a pesquisar fotos pela internet. Me encantei. Me empolguei e não via hora de chegar o dia. Nos encontramos no Terminal Tietê e fomos para o ponto de ônibus. Só que esperamos muito e o horário do ônibus já tinha passado. Logo, uma senhora nos alertou que tinha mudado de local, embora não houvesse nenhum aviso.
Chegando em Mairiporã, comemos em uma lanchonete. Suco, tapioca e um sanduíche natural. Achei a cidade muito limpa. Me atentei que os motoristas respeitam os pedestres, pois basta pisarmos na faixa que nos pertence e eles param. Soube que na região inteira existe apenas um semáforo.
Almoçamos no Santa Roça. Comida mineira, deliciosa, preço justo, atendimento ótimo, ambiente aconchegante. Comi um sanduíche de linguiça da roça e um pão de queijo recheado com doce de leite.
Quero voltar e recomendo a cidade e todos os locais que visitei.(Priscila Gomes, Vila Zilda, zona norte de São Paulo)
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Quem disse que precisamos gastar muito dinheiro para fazer um passeio divertido? Comprovamos isso no primeiro passeio de 2016 do Turismural quando fomos ao Parque Cantareira e repetimos no segundo que aconteceu em março. Dessa vez saímos da capital e fomos para Mairiporã, a “Cidade da Bondade”.
Não pensem que gastamos muito para sair da capital. Utilizamos transporte público para chegar à cidade, aproveitamos um evento solidário para as vítimas das chuvas que atingiram Mairiporã no início de março, observamos a pequena cidade do alto do cruzeiro, renovamos as energias em um banho de cachoeira, apreciamos o pôr do sol do alto do Pico Olho d’água, curtimos show de folk e do cantor Zé Geraldo e comemos muito bem.
Os passeios do Turismural também mostram quantas coisas legais existem nas regiões mais periféricas de São Paulo. Não queremos excluir o centro do nosso roteiro, mas mostrar que é sensacional descobrir nossa capital e as cidades vizinhas. É preciso descentralizar o lazer. É divertido, é econômico, é relaxante e pode ser bem educativo.
(Priscila Pacheco, Grajaú, zona sul de São Paulo)
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Endereço dos locais visitados:
Cruzeiro – Acesso pela Rua Vereador Tadafumi Harada s/n, também chamada de Estrada Doutor Alípio Leme. Não há transporte público para o local.
Cachoeira da Caceia – Estrada Armando Barbosa de Almeida, altura do n° 7008
Pico do Olho D’água – Av. Georgetown, 593
No centro da cidade:
Escadaria central – Rua XV de Novembro, altura do n° 170, centro (em frente ao Santander)
Santa Roça Delícias Mineiras – Av. Antônio de Oliveira, 59, centro
Esfiha e Cia Godoi – Av. Antônio Oliveira, 37, centro
Bosque da Amizade – Rua Vereador Antônio Morelato 225, Jardim Galrão (Em frente a Biblioteca municipal)
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
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