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32xSP

3 em cada 10 paulistanas preferem denunciar violência usando aplicativos

Rede Nossa São Paulo e Ibope lançam estudo sobre gênero na cidade; conheça os apps disponíveis e qual foi extinto pelo governo ​

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Por: Redação

Publicado em 04.03.2020 | 15:18 | Alterado em 04.03.2020 | 15:18

Tempo de leitura: 4 min(s)

Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública mostram que, apenas em 2019, 44 mulheres foram vítimas de feminicídio na cidade de São Paulo. Desde janeiro deste ano, a pasta já contabilizou quatro casos. 

Para evitar o aumento do número de ocorrências, a tecnologia pode ser uma aliada em medidas preventivas, conforme mostram dados da pesquisa Viver em São Paulo: Mulher, divulgada nesta quarta-feira (4) pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência.

De acordo com o levantamento, 3 em cada 10 paulistanas se sentiriam mais confortáveis em denunciar casos de assédio ou violência utilizando aplicativos de celular.

Porém, poucas opções de apps funcionam de maneira efetiva. O 32xSP conferiu quais deles já existiram, aqueles que funcionam e como utilizá-los.

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APLICATIVOS DO GOVERNO

Atualmente o governo federal não tem nenhum aplicativo no combate à violência contra a mulher, mas já houve tentativas, como nos casos do Clique 180 e do Proteja Brasil, a seguir.

CLIQUE 180

Clique 180 foi um aplicativo lançado em 2014 pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e desenvolvido pela ONU Mulheres. Por meio dele, mulheres vítimas de violência ou pessoas que testemunhassem situações poderiam fazer a denúncia diretamente pelo celular.

A pasta não sabe responder quando o app foi extinto porque, segundo ela, ele foi instalado antes da gestão. Já a ONU Mulheres afirma também não saber porque só desenvolveu a tecnologia, sendo de responsabilidade do governo . 

PROTEJA BRASIL

Mais recentemente, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, gerido por Damares Alves, utilizava o Proteja Brasil. Criado pela Unicef, ele atua na proteção de crianças e adolescentes. Mas deixou de ser usado em dezembro de 2019 devido a uma transição de sistema.

A pasta afirma que, no momento, está desenvolvendo um aplicativo próprio para coibir a violência contra mulher, com previsão de lançamento para abril deste ano, mas não deu detalhes de como o app vai funcionar.

SOS MULHER

No Estado de São Paulo, o app funciona apenas para mulheres com medidas protetivas.

Lançado em março de 2019 pelo governador João Doria (PSDB), o aplicativo SOS Mulher é voltado para aquelas sob medidas protetivas concedidas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Pelo app, essas mulheres podem pedir socorro quando estiverem em uma situação de risco apenas pressionando um botão.

Depois disso, as equipes da Polícia Militar mais próximas vão diretamente para o local da ocorrência.

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Aplicativo foi lançado em março de 2019 (reprodução)

O aplicativo já teve mais de 50 mil downloads na Play Store e também está disponível para IOS. Apesar disso, a maioria das resenhas das usuárias nas plataformas questiona o governo sobre o lançamento de um aplicativo que funcione para todas as mulheres do estado.

A usuária Jucilene Oliveira, por exemplo, comentou em 22 de janeiro de 2020 que a segurança é um direito que deveria ser obedecido.

“Achei incrível a ideia do aplicativo, porém me senti lesada, por não ser acessível a TODAS as mulheres. Entendo que as mulheres que já possuem a medida protetiva estão vulneráveis, mas nós também temos o DIREITO de nos sentirmos protegidas e amparadas caso uma situação de risco aconteça.”
Jucilene Oliveira, sobre o SOS Mulher

A reportagem procurou o governo do estado para saber quantas ocorrências já foram atendidas pelo SOS Mulher, e também se há previsão do desenvolvimento de mais aplicativos com essa temática, mas não obteve resposta para essas perguntas. 

Ao telefone, a assessoria informou que os dados só seriam disponibilizados via Lei de Acesso à Informação.

APLICATIVOS DA SOCIEDADE CIVIL

Apesar da falta de aplicativos do poder público, desenvolvedoras da sociedade civil estão pensando em aplicativos para ajudar no combate à violência. Separamos alguns, mas é importante salientar que, apesar do apoio dos apps, buscar a proteção policial pode ajudar a salvar vidas.

METE A COLHER

O app Mete a Colher foi lançado em 2016 pela iniciativa de empreendedoras do Recife (PE), que decidiram criar uma rede de apoio para ajudar mulheres a saírem de relacionamentos abusivos.

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Iniciativa conecta mulheres em uma rede de apoio (reprodução)

Atualmente o aplicativo funciona em todo Brasil e já teve 2 mil pedidos atendidos. O Mete a Colher conecta aquelas que precisam de ajuda com outras mulheres que podem fornecê-la de forma voluntária.

Por meio de um chat, elas podem relatar o que estão vivendo ou presenciando e receber orientações de apoio, jurídicas e sobre o mercado de trabalho. Por medidas de segurança, as mensagens se apagam a cada 24 horas. O app está disponível para IOS

PenhaS

Desenvolvido pela Revista AZMina, o aplicativo permite o diálogo, acesso à informações e pedido de socorro.

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Aplicativo é dividido em três áreas: GritaPenha, DefendePenha e EmpoderaPenha

Ele é divido em três áreas: o GritaPenha, um ambiente no qual é possível cadastrar contatos de segurança e enviar pedidos de socorro, além de permitir a gravação de áudios, que podem ser usados como provas futuramente.

O DefendePenha, um chat de apoio que permite o diálogo de forma anônima com outras usuárias do aplicativo e o EmpoderaPenha, um espaço onde há informações sobre direitos e um mapa das delegacias da mulher, no qual é possível verificar qual está mais próximo da usuária.

O aplicativo está disponível para Android e IOS.

CIRCLE OF 6

O aplicativo americano funciona também no Brasil, porém possui interface toda em inglês. Nele, a usuária pode escolher seis pessoas para participar de um grupo de proteção. 

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Apesar de ser americano, app funciona no Brasil (reprodução)

Em um caso de perigo, é possível enviar a localização em tempo real via SMS para o grupo, bem como pedir que as pessoas te telefonem ou enviem mensagens. 

Mas atenção: caso você for usar, vale avisar sua rede, porque as mensagens chegam em inglês e podem parecer spam.

Você pode baixá-lo aqui na App Store.

PLP 2.0

Este aplicativo foi criado em 2014 como uma extensão de um programa do Rio Grande do Sul. Apesar de não ter sido atualizado, ainda funciona para enviar mensagens de emergência. Você cadastra uma rede de cinco contatos e, com um clique no botão, são disparadas mensagens de ajuda. 

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O PLP funciona para enviar mensagens de socorro (reprodução)

O app foi desenvolvido pelas ONGs Instituto Géledes e Themes Gêreno, Justiça e Direitos Humanos. Disponível para IOS.

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