Com a flexibilização do isolamento, quais os cuidados para quem vive nas periferias ao sair de casa e evitar a propagação da Covid-19
Léu Britto/Agência Mural
Por: Lucas Veloso
Notícia
Publicado em 18.06.2020 | 19:20 | Alterado em 14.01.2021 | 17:56
Com a flexibilização do isolamento, quais os cuidados para quem vive nas periferias ao sair de casa e evitar a propagação da Covid-19
Tempo de leitura: 3 min(s)Desde o começo da pandemia, a Agência Mural tem feito a cobertura sobre o impacto do vírus nas periferias da capital e nas cidades da Grande São Paulo.
Nas próximas semanas, a vacinação deve começar, mas ela deve levar tempo até que consiga reduzir o contágio. Enquanto isso, boa parte da população segue nas ruas e usando transporte público para garantir alguma renda, apesar dos hospitais estarem novamente cheios.
Por conta disso, medidas como higiene e uso de máscaras seguem como a principal forma de evitar se contaminar. Relembramos alguns desses cuidados para que você possa alertar quem está por perto a seguir se cuidando.
TRANSPORTE PÚBLICO
Entre as preocupações nas periferias, a propagação do coronavírus para quem circula diariamente no transporte público é uma das principais.
Segundo dados oficiais, as operações do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos) tiveram uma redução média de 75% no número de passageiros. Também houve registro de queda de 68% na circulação de ônibus. No entanto, cada vez mais tem sido comum ver cenas de trens e ônibus cheios. O que fazer neste caso se não tiver escolha?
Em geral, a higienização é o principal ponto. Além da máscara, obrigatória para entrar nos veículos, lavar as mãos assim que chegar em algum lugar após utilizar o transporte público é a principal recomendação.
De acordo com o Ministério da Saúde, lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os cinco momentos de higienização faz parte das medidas. A falta de água em algumas periferias têm sido também um dos desafios para evitar o contágio.
Caso não tenha água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool é o caminho.
Apesar do risco de aglomerações, infelizmente, ônibus e trens cheios têm sido cada vez mais comum. Tendo em vista isso, é fundamental evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas. Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogá-lo no lixo, evitar contato próximo com pessoas doentes.
Vale por fim, enfatizar que a transmissão é muitas vezes feita por conta das gotículas de saliva que podem sair enquanto falamos. Por isso, o distanciamento e o uso de máscaras pode ajudar a evitar o contágio.
QUANDO FOR COMPRAR OU VENDER
Caso precise ir comprar ou se trabalha em um estabelecimento comercial, há algumas precauções que devem ser tomadas. Além de lavar as mãos e não tocar nariz, boca e olhos, os estabelecimentos precisam disponibilizar álcool em gel 70% para o uso dos funcionários, assim como materiais de limpeza, explica o microbiologista Sidcley Silva de Lyra.
“Em comércios de alimento, essas medidas tem que ter a atenção triplicada para evitar ser um foco de contaminação”, afirma.
Sidcley comentou que o coronavírus pode resistir em diferentes superfícies por horas ou dias, dependendo do material. “Melhor que saber quanto tempo ele resiste em cada material, é saber como eliminar o vírus”.
Funcionários que apresentem algum tipo de sintoma do coronavírus devem ser afastados para não infectar os outros funcionários e clientes, ajudando na sustentação da pandemia.
Quando possível, incentivar o uso de pagamento por aproximação, disponível em algumas máquinas de cartão e indicar que os funcionários não utilizem adornos como anéis, pulseiras e relógios pois dificultam a limpeza das mãos. As unhas também devem ser cortadas são outras medidas de proteção.
MÁSCARAS
Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) publicou decreto em que determina a obrigatoriedade do item nas ruas do estado desde 7 de maio. A medida vale em espaços públicos, inclusive nos transportes por aplicativos, por tempo indeterminado.
Segundo a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), a máscara de pano serve como uma barreira de proteção, mas não elimina a importância das outras medidas preventivas, como distanciamento social e a higienização das mãos com água e sabxonete ou álcool gel 70%.
As orientações gerais indicam usar máscaras todas as vezes que for necessário sair de casa. Depois que ficar úmida, é preciso trocar.
A SBI também afirmou que a máscara de pano pode diminuir a disseminação do vírus por pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas que podem estar transmitindo o vírus sem saberem. Outra determinação é de que o uso da máscara de tecido deve ser individual, não devendo ser compartilhado
MAIS QUARENTENA
O governador de São Paulo, João Doria, prolongou, pela quinta vez, o período de quarentena no estado. Com isso, a quarentena vale até o dia 28 de junho.
Apesar da prorrogação, algumas regiões do estado estão autorizadas a parte de suas atividades, conforme decisões do Plano São Paulo, de reabertura da atividade econômica do estado.
Válido desde 1º de junho, o Plano incluiu a capital paulista está na fase laranja, etapa identificada como controle, onde é permitida a abertura de shoppings e comércio de rua – por quatro horas – e de imobiliárias e concessionárias.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias, uma organização sem fins lucrativos, tem como missão reduzir as lacunas de informação sobre as periferias da Grande São Paulo. Portanto queremos que nossas reportagens alcancem outras e novas audiências.
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