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'Deixo de ir sair de casa por medo do breu da rua', diz moradora

Distrito da zona leste é um dos piores no número de lâmpadas por quilômetro

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Por: Redação

Publicado em 15.12.2017 | 13:55 | Alterado em 15.12.2017 | 13:55

Tempo de leitura: 2 min(s)
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Andressa Nascimento na rua de sua casa no Parque do Carmo (Larrisa Darc/32xSP)

“O meu bairro é muito escuro. Eu volto à noite e sinto medo de andar sozinha, principalmente quando passam motos ou pessoas estranhas. Então a minha mãe vai me buscar no ponto, o que também é perigoso para ela. Mas a gente precisa se virar, né?”, desabafa a estudante de arquitetura Andressa Nascimento, 22, moradora do Parque do Carmo, distrito na zona leste da capital paulista.

A jovem chega em casa por volta das 21h, quando já escureceu e as luzes dos postes estão apagadas, o que preocupa a mãe Inês do Nascimento, 58: “Eu acho perigoso e, por isso, vou sempre buscar a minha filha. Quando eu não vou, fico esperando ela no portão”, confirma.

No Mapa da Desigualdade da Primeira Infância 2017, realizado pela Rede Nossa São Paulo em parceria com a Fundação Bernard van Leer, o Parque do Carmo aparece 15 vezes entre os piores distritos nos 28 indicadores avaliados.

No quesito iluminação pública, os dados da Secretaria Municipal de Serviços e Obras mostraram que a região possui apenas 363,44 lâmpadas por quilômetro. Esse número é seis vezes menor do que os da região da República, que é equipada com 1.900,87 lâmpadas. A Sé, Liberdade, Santa Cecília e Jardim Paulista seguem com os outros quatro locais mais iluminados da cidade.

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“Às vezes deixo de ir para alguns lugares porque eu sei que vou chegar tarde e tenho medo de subir nesse breu”, desabafa Andressa, enquanto termina de se arrumar para conseguir sair ainda durante o dia.

Para Inês, existem muitas árvores nessa região que não são cuidadas. “Como não há podas regulares, elas ficam enormes e tampam os poucos postes que funcionam”, reclama.

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Poste sem lâmpada em rua do Parque do Carmo (Larissa Darc/32xSP)

OUTRO LADO

A assessoria do Departamento de Iluminação Pública de São Paulo (Ilume) nega que privilegia as regiões centrais. “São Paulo é iluminada do Centro à periferia. O que ocorre é que com a modernização dos equipamentos os locais que receberam iluminação por último acabam ficando com iluminação-pública de melhor qualidade, pois utilizam os equipamentos mais modernos”, argumenta.

A Ilume também assume a influência dessa vegetação no problema. “Um prejuízo na distribuição não significa necessariamente uma insuficiência de iluminação, seja na via seja na calçada. Certas vezes isso pode vir a acontecer, seja pela distribuição dos postes não ser regular ou ser muito extensa seja pela arborização urbana”, defende.

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O órgão público aponta os meios para que a população cobre das autoridades. “O caminho para solicitações de melhoria, seja de remodelações ou de implantações é por meio das prefeituras-regionais”, explica.

Contatada, a Prefeitura Regional de Itaquera afirma que “os critérios de implementação de sistemas de energia pública competem à concessionária. Cabe à Prefeitura Regional acionar a mesma em caso de acidentes (como queda de postes, por exemplo) e fazer o encaminhamento das solicitações recebidas”.

SERVIÇO

O morador pode solicitar por telefone (156) ou por ofício entregue pessoalmente na Prefeitura Regional. Horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na rua Augusto Carlos Bauman, 851, em Itaquera.

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