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Grande SP elege só 3 prefeitas; PL e Podemos avançam e PSDB perde força

Confira um balanço da eleição na região metropolitana e saiba as cidades que estarão no segundo turno

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Magno Borges/Agência Mural

Por: Artur Ferreira | Katia Flora | Paulo Talarico

Notícia

Publicado em 06.10.2024 | 23:39 | Alterado em 06.10.2024 | 23:40

Tempo de leitura: 3 min(s)

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O resultado das eleições neste domingo (6) mostram a consolidação de uma mudança partidária na Grande São Paulo. Enquanto há quatro anos, o PSDB aparecia como uma das legendas com mais prefeituras, este ano o partido praticamente desapareceu, fazendo apenas duas prefeituras.

Em compensação, PL, PSD e Podemos ganharam força pela região metropolitana. O balanço ainda deve mudar no segundo turno: sete cidades ainda terão mais uma votação para definir o prefeito. Partidos de esquerda se elegeram em apenas uma cidade [o PDT em Cotia], mas há chance em quatro municípios no segundo turno.

Nas cidades que já decidiram os futuros prefeitos, no primeiro turno, alguns partidos se sobressaíram na corrida eleitoral. O PL foi eleito em 7 cidades da Grande São Paulo, em especial no Alto Tietê: Biritiba-Mirim, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Ribeirão Pires, São Caetano do Sul e Suzano.

Outro partido que ganhou destaque nestas eleições foi o Podemos, que elegeu 6 prefeitos, nos municípios de: Ferraz de Vasconcelos, Itapevi, Osasco, Salesópolis, Santa Isabel e Vargem Grande Paulista.

Em terceiro lugar, aparece o PSD, que elegeu candidatos em: Arujá, Caieiras, Cajamar, Carapicuíba e Mairiporã.

Partidos históricos como o MDB e PSDB tiveram menos destaque no pleito municipal de 2024. Os partidos conquistaram, respectivamente, 4 e 2 prefeituras em toda Grande SP. E neste primeiro turno, o PT não elegeu nenhuma candidatura de maneira direta.

Segundo turno

Em Barueri, pela primeira vez na história haverá segundo turno, que será disputado entre Beto Piteri (Republicanos) e Gil Arantes (União).

No ABC, com exceção de Santo André, onde Gilvan (PSDB) foi eleito no primeiro turno, as maiores cidades seguem indefinidas.

Em Diadema, o atual prefeito Fillipi Jr (PT) concorrerá com Taka Yamauchi (MDB) no segundo turno na cidade de Diadema.

O candidato do PT disputa pela segunda vez com Taka, repetindo o que aconteceu em 2020, quando tentou se eleger prefeito, mas perdeu para o Fillipi por 31.301 votos, 15,42%, na época estava no partido PSD, atualmente disputa pelo MDB.

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Lucas Sanches (PL) e Elói Pietá (Solidariedade) são os selecionados para o segundo turno de Guarulhos. Taboão da Serra é a única cidade da região Sudoeste da Grande São Paulo em que haverá segundo turno, com a disputa entre Engenheiro Daniel (União) contra o atual prefeito Aprigio (Podemos).

Em Mauá, a situação é mais complicada. Em votos, Marcelo Oliveira (PT) e Atila (União) tiveram votos para ir para o segundo turno. Mas Atila teve a candidatura julgada irregular e recorre na Justiça Eleitoral para ter os votos validados.

Em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, haverá segundo turno com dois candidatos da direita: Marcelo Lima (Podemos) teve 119.081 votos válidos, 28,64% e Alex Manente (Cidadania) 110.342 votos com 26,54%.

O candidato apoiado pelo presidente Lula (PT), o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), ficou em terceiro lugar com 96.086, 23,11% ,ficando de fora da disputa eleitoral. Pela primeira vez, o PT, antigo berço petista do município, não terá um candidato para disputar com a direita. Na eleição passada, o partido também teve votação abaixo do esperado, quando Orlando Morando (PSDB) conquistou a reeleição já no primeiro turno.

Segundo a cientista política Beatriz Lourenço, esse enfraquecimento do PT no ABC Paulista é uma mudança histórica na política da região. “Essa perda do PT é anterior a essa eleição”, explica Lourenço.

A analista entende que a perda de grandes fábricas e indústrias na região foi um fato determinante para a diminuição da identificação da população para com o partido.

As futuras prefeitas da Grande SP

Mesmo com a maioria esmagadora de homens eleitos, também foram eleitas 3 prefeitas mulheres na região metropolitana. Em comparação com 2020, o número de mulheres na prefeitura se manteve o mesmo. E em 14 cidades da região metropolitana, neste ano, não havia nenhuma candidatura feminina disputando o cargo.

No Alto do Tietê, em Ferraz de Vasconcelos, Priscila Gambale (Podemos) venceu o pleito com 55% dos votos válidos. E com 51% dos votos válidos, em Mogi das Cruzes, Mara Bertaiolli (PL) venceu o pleito eleitoral. Na região norte da Grande São Paulo, em Franco da Rocha, Lorena Oliveira (Solidariedade) ganhou a disputa com 51% dos votos.

A cientista política, Beatriz Lourenço, também entende que para além do problema de se eleger poucas mulheres, “há também a dificuldade de reeleger elas”. Além disso, a barreira racial também dificulta a eleição e reeleição de mulheres negras na capital e Grande São Paulo.

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Artur Ferreira

Jornalista e redator. Atuou nas redações do Observatório do Terceiro Setor e Rádio CBN. Adora livros, cinema, podcasts e debater sobre política internacional. Palmeirense. Correspondente do Jardim São Luís desde 2022.

Katia Flora

Jornalista com experiência em jornalismo online e impresso, tem publicações em diversos veículos, como Uol, The Intercept e é ex-trainee da Folha de S. Paulo no programa para jornalistas negros. Correspondente de São Bernardo do Campo desde 2014.

Paulo Talarico

Diretor de Treinamento e Dados e cofundador, faz parte da Agência Mural desde 2011. É também formado em História pela USP, tem pós-graduação em jornalismo esportivo e curso técnico em locução para rádio e TV.

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