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Lilica Rocha lança clipe afrofuturista e coroa crianças black power

Artista-mirim de Itapuã, que encantou artistas como Caetano Veloso, faz sucesso nas redes sociais e lança música de empoderamento infantil

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Divulgação/Rafael Martins

Por: Gabrielle Guido

Notícia

Publicado em 22.10.2021 | 4:02 | Alterado em 27.02.2024 | 17:01

Tempo de leitura: 4 min(s)
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A cantora Lilica Rocha, de 7anos, que acaba lançou um álbum e promete novidades @Divulgação/Rafael Martins

Liz Rocha, soteropolitana de 7 anos, conhecida artisticamente como Lilica Rocha, começou cedo a se divertir cantando e, através das redes sociais, tem cativado artistas e fãs com seu talento. Para celebrar o último Dia das Crianças, a pequena cantora moradora de Itapuã, em Salvador, lançou o videoclipe Black Power Sou”, faixa do seu álbum “O sol reflete“, no qual fala sobre autoestima e o orgulho de ser uma “rainha coroada”. 

“A música fala de cabelos crespos, que eu não preciso de coroa para ser princesa ou para ser rainha, que é a ordem do crescimento. E a gente lançou no dia 12 como um presente para as crianças”, comemora Lilica. 

O pai da artista, o músico, produtor, ator e escritor Leo Rocha, 37, conta que a estética do clipe, gravado em Salvador, é inspirada no chamado afrofuturismo e traz referências de danças de outros artistas como Beyoncé, Psy, Freddie Mercury e Michael Jackson, todos admirados pela filha. E ressalta a importância da mensagem na canção. “A música fala sobre empoderamento na visão de uma criança”, diz Leo. 

Lilica se diz encantada com a gravação do seu primeiro clipe. “Foi uma experiência muito boa. Gostei muito de estar no palco, em vários lugares, com a câmera focando em você. Eu adorei”, revela. 

Desenvoltura, estilo e carisma são marcantes na cantora, que atendeu à reportagem usando óculos escuros em formato de coração e esbanjando intimidade com a câmera. 

Por conta dessa habilidade com elementos musicais e as lentes, os pais de Lilica passaram a publicar seus vídeos no Instagram, no início da pandemia. 

No Natal do ano passado, a menina ganhou fama nas redes sociais quando Caetano Veloso a viu cantando Tigresa e ficou encantado. O cantor incluiu a música a uma live em sua homenagem. O pai da menina relembra a repercussão do caso.  

“Quando Lilica viu o Caetano assistindo seu vídeo impressionado, lembro de ver os olhos dela brilhando, cheios de entusiasmo e alegria. Ela ouve Caetano desde muito cedo e ficou super feliz”, lembra Leo. 

A partir desse momento, surgiram mais convites de lives e participações especiais em programas de televisão. “Foi legal porque outras pessoas puderam conhecer o jeito dela fazer arte, de cantar e fez com que ela ficasse um pouco mais conhecida. Para ela também foi bom porque sinto que ela ficou mais estimulada a fazer arte, a compor e cantar outros artistas. E se divertir mais fazendo isso”, diz Leo.

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Lilica Rocha durante gravação do clipe Black Power Sou @Divulgação/Rafael Martins

Atualmente, a artista tem mais de 10 mil seguidores no Instagram. Seu álbum “O sol reflete“, com nove faixas lançadas, está disponível nas principais plataformas de streaming. Contudo, esse trabalho musical não é tão recente assim. A filha de Leo Rocha e da escritora, jornalista e professora Donminique Santos, 37, começou sua trajetória na música desde muito nova e aos 3 anos já pedia para cantar nos shows do pai

“No meio do show eu pedia para cantar. Conheço as músicas de meu pai, então subia no palco e o show virava meu”, diz Lilica.

Leo Rocha mora em Itapuã desde os 7 anos e conta que sua experiência com o mundo da música começou nas rodas de samba. Frequentador das festas de largo e carnavais de Itapuã desde 1987, fala que ao entrar na Escola da Música se animava em estudar músicas que partiam da sua vivência no bairro. 

“A cultura musical é natural de Itapuã, as Ganhadeiras, do Bloco Afro, o Abaeté, as serestas aos fins de semana, os sambas que aconteciam em diversos espaços”, diz Leo.

Essa vontade de estudar e conviver com a música influenciou Lilica que, mesmo tão nova, já faz sua própria curadoria musical. 

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“Ela faz uma seleção muito natural. Não gosta de todas as músicas de um artista, ela se afeiçoa por uma obra ou outra e aí começa a cantar. Um exemplo, a gente estava ouvindo Gonzaguinha e ela ficou encantada com a música ‘O que é, o que é?’, principalmente quando ouviu o trecho sobre a pureza da resposta das crianças. Ela sentiu que de alguma forma aquela obra conversava com ela”, conta o pai.  

Como toda criança, Lilica adora pizza, lasanha, brinca de casinha e super-heróis com amigos e família. Disse que está aprendendo a cantar ​”All single ladies”, da Beyoncé, e que não tem um artista preferido. 

“Eu gosto de todos, de Freddie Mercury, Michael Jackson, Caetano, Lazzo Matumbi. Não tem como não gostar de Caetano e Lazzo”, diz Lilica. 

Leo ressalta que a filha é antes de tudo uma criança e a família preza por preservar a infância. “Não é trabalho, porque acreditamos que criança não trabalha. Esse processo de interesse dela é muito genuíno. A gente opta por deixar ela curtir, e quando fica pesado, nós dizemos não”, conta o pai. 

O artista afirma que em primeiro lugar vem a formação escolar e o respeito pelo desenvolvimento musical de Lilica. “Nós acreditamos que o lugar dela enquanto artista é o lugar de criança. É um cantar de criança, com respiração, tempo e dicção de criança. É algo natural e que respeitamos.”

Com três novas faixas do álbum a serem lançadas, Lilica diz que não pode falar muito porque é surpresa, mas que se diverte cantando e ama fazer música. 

As redes de Lilica
Instagram:https://www.instagram.com/eulilicarocha/
Canal no Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCcs95v80A6rHP4cxVxM888Q    

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Gabrielle Guido

Comunicadora, produtora cultural e programadora na Agência Mural. É cofundadora da Entre Becos. Escreve sobre o dia-a-dia e cria imagens.

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