Distrito supera em quase 25 vezes o pior colocado, Tatuapé
Por: Redação
Publicado em 25.10.2017 | 10:26 | Alterado em 25.10.2017 | 10:26
A mais de 50 km do centro de São Paulo, o distrito do Marsilac, no extremo sul da capital paulista, é o lugar com a melhor proporção de unidades básicas de saúde por habitante da capital paulista.
Com 2,51 UBSs para cada 10 mil moradores, a região está no topo do ranking elaborado pela nova versão do Mapa da Desigualdade, e supera em quase 25 vezes o índice do pior colocado dentre os 96 distritos, o Tatuapé, na zona leste.
Orlandina Barbosa, 60, é uma das entusiastas da UBS de seu bairro. De seis em seis meses, a dona de casa marca presença na unidade em que foi feito o pré-natal de seu neto, e onde ela recebeu o primeiro encaminhamento para um cardiologista.
Diagnosticada com uma doença no coração, dona Orlandina teve que buscar no Hospital Grajaú o especialista que a UBS do Jardim Emburá, uma das duas unidades do distrito, não oferecia.
Com uma cirurgia de cateterismo marcada, a idosa passou a conviver com um novo medo: o de precisar de atendimento durante a madrugada, quando a UBS já está fechada.
“Eu tava com medo outro dia porque eu passei mal à noite. Comecei a sentir umas dores no peito e tava sozinha em casa. Aí eu falei: ‘Meu Deus, e agora? E se eu passar mal agora?’ Não tinha ninguém que sabia dirigir comigo”, conta.
O Hospital do Grajaú, distante 28 km, fica a quase uma hora de carro da casa de dona Orlandina. Por conta da distância, vários moradores do bairro preferem ir até a cidade vizinha, Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, quando precisam de um atendimento de urgência.
“Lá tem pronto-atendimento. Eles atendem a gente, medicam a gente”, comenta Dirce dos Santos Cardoso, 72, que busca o Pronto-Socorro do Embu-Guaçu sempre que passa por situações de emergência.
Mas, se por um lado, a distância entre o Marsilac e hospital do município vizinho é menor, por outro, ir até lá de transporte público leva quase o mesmo tempo que ir até o Hospital do Grajaú.
Com uma oferta pequena de ônibus na região, os moradores do Marsilac podem enfrentar até uma hora e meia para fazer ambos os trajetos.
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Ariel Gomes, 20, sabe bem da dificuldade que é depender do transporte público para chegar até o hospital. Na última Páscoa, o pequeno Miguel, filho da jovem, teve uma reação alérgica depois de comer chocolate, e Ariel precisou desembolsar R$ 150 para voltar com ele do hospital.
“A gente teve que sair depressa. Levei ele para [a AMA de] Parelheiros. Quando cheguei lá, não tinha pediatra. Fui pro [pronto-socorro de] Balneário e também tava sem pediatra. A gente teve que ir pro Grajaú. Lá ele conseguiu atendimento, tomou antialérgico e tudo o mais. Só que na hora de vir embora já não tinha mais ônibus e a gente teve que pagar um carreto.”
As obras para o Hospital de Parelheiros, que beneficiaria cerca de 200 mil moradores na região — incluindo os habitantes do Marsilac — não têm previsão certa para acabar.
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Segundo o Plano de Metas da Gestão Doria, 22 novas equipes de Atenção Básica serão criadas na prefeitura regional de Parelheiros até o fim do mandato, e a região também receberá um novo serviço de urgência e emergência.
Os distritos da Barra Funda, Consolação, Jardim Paulista, Liberdade e Vila Mariana não entraram na nova versão do Mapa da Desigualdade porque não possuem nenhuma UBS.
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Apesar disso, as regiões ficam próximas a grandes redes hospitalares como o Hospital das Clínicas, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e o Hospital do Servidor Público Municipal – Liberdade, além de terem uma maior oferta de transporte público do que as regiões periféricas da cidade.
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