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Moda de Quebrada: moradores fazem dos bairros inspiração para novos estilos

Instasérie da Agência Mural mostra como as periferias têm buscado estilo próprio, por meio da atuação de costureiras e de uma nova geração de estilistas

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Léu Britto/Agência Mural

Por: Redação

Notícia

Publicado em 11.11.2019 | 18:24 | Alterado em 11.05.2022 | 11:30

RESUMO

Instasérie da Agência Mural mostra como as periferias têm buscado estilo próprio, por meio da atuação de costureiras e de uma nova geração de estilistas

Tempo de leitura: 2 min(s)

Elvira Paiva, 70, sabia fazer pequenos reparos de costura e desde pequena ganhava uns troquinhos no Jardim São Luís, na periferia da zona sul de São Paulo. “Aí eu casei e não podia trabalhar porque eu tinha filho”, relembra. “Eu eu sentia necessidade de ter o meu dinheiro e não o do marido”.

Nessa trajetória viu as mudanças na tecnologia, como a chegada da máquina que faz “zigue-zague” e facilitou no acabamento das roupas, o que antes era feito a mão. Além da renda extra obtida por ela, o trabalho inspirou a filha Selma Paiva, 40, que criou o Ateliê Cendira.

Essa é uma das histórias contadas pela Agência Mural na Instasérie Moda de Quebrada. Dividida em dois episódios, o trabalho mostra a história de costureiras das periferias e também de novas marcas que surgiram nas quebradas de São Paulo com a ideia de mostrar o estilo de quem vive nas bordas do município.

https://www.instagram.com/p/B3pxsEzHWhk/

O jovem de hoje não é mais como antigamente que a gente trabalhava loucamente nas oficinas. Eles querem ter a marca, querem ter sucesso, querem criar e ser empreendedores”, afirma Maria Figueiredo, 54, costureira desde os 18 anos e moradora de Suzano, na Grande São Paulo.

Essa busca por um estilo próprio foi o que motivou o estilista Louis Gustavo, 22, criador da Indignação Queer, no Capão Redondo, zona sul da capital.

Louis também foi influenciado pelo trabalho da mãe, que fazia costura no bairro. “Minha mãe entre as costureiras do meu bairro não sabem que trabalham com moda”, comentou.

Ele desenvolveu algumas peças customizadas e fez curso de corte e costura. Quando se profissionalizou, decidiu lançar a marca com o objetivo também de produzir algo para o público LGBTQIA+ que vive no bairro.

Selma atua no Ateliê Cendira @Léu Britto/Agência Mural

“A gente está sempre rodeado de inspiração”, completa Louis. “Cada peça é inspirada em algum amigo meu. A gente não precisa ir fora na elite buscar peça para trazer para a quebrada, a gente trabalha com o que a gente tem aqui, com visual funk, rap, com visual da quebrada”.

No ateliê Cendira, no Jardim São Luis, o espaço de costura também serve para reuniões do coletivo feminino que atua no bairro.

Para o trabalho, Selma aposta no reaproveitamento dos tecidos, no conceito chamado de upcycling. “Esse mercado formal é um consumismo desenfreado”, enfatiza.

“Sou contra isso. Uma peça que você vê no shopping, que custa R$ 200 você sabe que a costureira não ganhou R$ 10 por aquilo, os outros R$ 190 é de divulgação, de imagem, de qualquer coisa, menos para mão de obra. É muito injusto, é desequilibrado”, ressalta.

https://www.instagram.com/p/B38CA3anFfh/

A Instasérie Moda de Quebrada foi produzida com apoio do ICFJ (International Center for Journalists) e do Facebook Journalism Project

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