Poucos moradores compareceram à discussão do Programa de Metas
Por: Redação
Publicado em 11.04.2017 | 14:00 | Alterado em 11.04.2017 | 14:00
Para quem mora na Vila Maria/Vila Guilherme, a situação não melhorou muito de um ano para o outro. O 32XSP acompanhou a audiência pública do plano de metas 2017-2020 e constatou que os pedidos dos munícipes permanecem os mesmos, com uma atenção especial para a área da saúde. O comparecimento, entretanto, foi menor do que no ano passado, quando o conselho participativo realizou um encontro para definir as metas de 2017. No último sábado (8), a organização não realizou estimativa de público, mas os presentes não foram suficientes para lotar o auditório da prefeitura regional, que tem capacidade para 150 pessoas.
Vários moradores compareceram cobrando a execução de metas antigas. Um deles foi Jackson Oliveira, 44, que é conselheiro da área de saúde e, desde 2013, luta por um atendimento mais digno para crianças com autismo. Ele conhece essa realidade de perto, já que seu filho nasceu com esse transtorno.
Leia as reportagens do Especial Plano de Metas 2017-2020
A Vila Guilherme já possui um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), mas segundo ele, precisa de mais. Sua demanda é para que a instituição passe da categoria dois para três, ampliando assim o número de funcionários e passando oferecer atendimento 24 horas. “Não dá para tratar saúde mental como se fosse saúde básica, como se fosse UBS”, lamenta. Hoje, o local atende cerca de 450 crianças, porém o espaço é apropriado para apenas 150. O CAPS já obteve a mudança de local, mas para que ela possa ser efetivada falta o processo de escritura pública.
Todas as prefeituras regionais realizaram as audiências no mesmo dia e houve quem se sentisse prejudicado. Jesus dos Santos tem 36 anos e explica a sua rua fica exatamente na divisa de duas regionais: Vila Maria/Vila Guilherme e Jaçanã. “Eu tive que me decidir para onde eu iria”, disse.
Outro fator que pode ter influenciado na presença das pessoas foi a eleição para o conselho gestor do Parque do Trote, que ocorreu no mesmo dia e, praticamente, no mesmo horário. O Parque é um tradicional ponto de encontro dos moradores.
Sandra Falcão, 52, admite o baixo comparecimento, mas acredita que a população participa dessas atividades quando encontra relevância no tema debatido. “Foi o caso de uma audiência em que foi tratada a canalização de córregos e desapropriações. Cerca de 700 pessoas apareceram.”
No encontro do Plano de Metas, 18 pessoas se inscreveram para falar. Cada um teve três minutos. Ao final, o prefeito regional, Dario Barreto, salientou que há outras formas de participação, como o site Planeja Sampa. A socióloga Marina Harkot, 24, foi cética. “Vamos esperar a devolutiva”, disse.
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Foto: Fernando Souza/ Flickr
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