Entre os dias 29 de setembro e 7 de outubro, uma densa névoa tomou conta dos bairros da zona norte; Subprefeitura vistoriou terreno e fechou acesso irregular
Andressa Gomes/Arquivo Pessoal
Por: Giovanna Cazuza | Jucinara Lima
Notícia
Publicado em 22.10.2025 | 8:16 | Alterado em 22.10.2025 | 9:34
Moradores do Jardim Damasceno, no distrito da Brasilândia, zona norte de São Paulo, viveram dias de grande incômodo e preocupação por causa da fumaça proveniente de queimadas em um terreno localizado na rua Hugo Ítalo Merigo.
Segundo relatos, a situação começou em 29 de setembro e só melhorou no dia 7 de outubro, por causa da chuva que levou a forte fumaça embora. No entanto, moradores relatam outros dias com focos de incêndios e temem que a situação volte a se agravar.
O terreno, segundo os moradores, funcionava como um antigo aterro e vinha acumulando lixo e entulho, inclusive resíduos de origem desconhecida, levantando suspeitas de que se tratava de material tóxico.
A fumaça se espalhou rapidamente, atingindo níveis altos e acertando também os bairros vizinhos como o Jardim Brasília, Parque de Taipas, Jardim Carumbé, Jardim Paulistano e Vitória Régia.
Equipes da Secretaria Municipal da Saúde estiveram na região no sábado (4), orientando moradores e trabalhadores sobre os cuidados após exposição à fumaça.
A autônoma Andressa Gomes, 27, moradora do Damasceno, relata que pela persistência da fumaça, teve que manter a casa toda fechada. “Com o calor que estava fazendo e tudo fechado ficou muito difícil de respirar”, diz ela.
Em um grupo de WhatsApp do bairro, uma moradora alega que o filho de nove anos teve febre e dor de garganta, agravada ainda mais por conta dessa fumaça no ar.
O motoboy Renato Moreira, 36, morador da Cohab de Taipas, conta que o odor se intensificou principalmente à noite.
Fumaça se estendeu por vários bairros @Paulo Sotet/Arquivo Pessoal
Preocupados com o bem-estar e a saúde, sobretudo de crianças e idosos com doenças respiratórias, os residentes se uniram para divulgar o problema e realizar o maior número possível de ligações aos órgãos competentes.
No entanto, relatam que não obtiveram um retorno positivo de imediato: apenas foram abertos chamados para o caso, sem que nenhuma solução fosse apresentada.
A dona de casa Aurelise Arruda, 57, diz que o problema não se retringiu ao aterro irregular. Segundo ela, outros pontos de fogo foram vistos na última semana. “Estava um fumaceiro tão grande, que as crianças [na escola] estavam passando mal”, afirma.
Ela citou que os focos, em geral, estão próximos ao Rodoanel Mário Covas, e em áreas de floresta.
A GCM (Guarda Civil Metropolitana) afirma que segue monitorando a região com foco na prevenção de crimes ambientais, como queimadas e descarte de resíduos, e também para garantir a segurança da comunidade.
A prefeitura afirma que a rua Hugo Ítalo Merigo possui coleta de lixo comum às terças, quintas e sábados no período diurno e coleta seletiva de recicláveis às quartas-feiras pela manhã, conforme a Prefeitura.
Segundo a Secretaria de Saúde, a população deve procurar atendimento médico caso apresentem sintomas como dor de cabeça, coceira no nariz, ardência nos olhos, irritação na garganta, dificuldade para respirar, crises de asma, batimentos acelerados ou tosse persistente.
Os moradores podem localizar a unidade de saúde mais próxima por meio da plataforma Busca Saúde. Se você souber de focos de queimada ou fumaça intensa, acione:
Dentro de casa:
Ao sair de casa:
Jornalista e correspondente da Agência Mural desde 2025. Apaixonada por futebol, música, politica e economia. Capricorniana raiz e meio sagitariana.
Artista visual, Fotógrafa, com atuação voltada à documentação visual de territórios periféricos e do futebol de várzea. Idealizadora do “Juh na várzea”, mãe de duas meninas, ama futebol e resenhar entre amigos.
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