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São Miguel melhorou taxas de saúde, mas teve queda na expectativa de vida

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Por: Redação

Publicado em 06.03.2017 | 14:44 | Alterado em 06.03.2017 | 14:44

Tempo de leitura: 3 min(s)

No extremo leste da capital, São Miguel Paulista é uma das regiões mais populosas da cidade. Formada pelos distritos homônimo, Vila Jacuí e Jardim Helena, 24,30 km² compõem a área administrada pela Prefeitura Regional de São Miguel Paulista.

O segurança Wilson Roberto Oliveira, 60, é um dos 93 mil moradores que vivem no distrito de São Miguel. Na região há 50 anos, ele destaca a falta de investimentos públicos, sobretudo em comparação ao bairro vizinho do Itaim Paulista, na prefeitura regional homônima. “Em São Miguel não tem nada”, enfatiza. “Se comparado ao Itaim — e olha que nem estou falando das regiões mais centrais — falta muita coisa”, completa.

Para ele, que trabalha em uma praça no Itaim Paulista, na balança, os aspectos de lazer são os mais alarmantes. “No Itaim Paulista existem algumas praças, ao contrário de São Miguel, por exemplo”, exemplifica.

Os CEUs Parque São Lucas e Vila Curuçá são algumas das alternativas de ambientes dedicadas à educação e cultura em São Miguel. Onde está localizado este último, que inclusive dá nome ao distrito, vivem a maior parte dos moradores, 142.372.

Embora não sejam contabilizados pelo Observatório Cidadão, segundo levantamento do Mapa da Desigualdade, em 2015, os índices culturais registram uma série de zeros, como a ausência de teatros, museus e cinemas.

Ainda no assunto cultura, após a polêmica em torno do combate às pichações e grafites por parte do prefeito João Doria (PSDB), que marcou o início de sua gestão, foi anunciada criação do projeto Museu de Arte de Rua na região. A proposta prevê promover o grafite em diferentes locais de São Paulo, começando pelo Baixo Augusta, no centro da capital, partindo, em seguida, para ruas de São Miguel.

História

Atualmente com uma população que totaliza 370 mil habitantes, a história de São Miguel Paulista tem origem com o surgimento da Aldeia de Ururaí, composta por índios guaianases que passaram a ocupar o território depois de deixar o entorno do Colégio Jesuíta de São Paulo. O batismo do local foi atribuído pelo padre José de Anchieta, responsável por construir uma capela nos idos de 1560, com o nome de seu anjo devoto.

Essa capela promoveu o começo do povoamento, com casas que passaram a ser erguidas nos arredores. Em 1938, a Capela de São Miguel Arcanjo foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. A construção religiosa é considerada ainda o ponto inicial do bairro, uma espécie de marco na cultura e história local, e passou por uma restauração em 2007. Além disso, a capela faz parte da Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, mais conhecida como “Praça do Forró”, em referência à forte cultura nordestina.

Mais números

De acordo com dados disponíveis no portal da Coordenação das Prefeituras Regionais, em São Miguel Paulista existem 65 CEIs (Centros de Educação Infantil) diretos e indiretos, 23 EMEFs (Escolas Municipais de Ensino Fundamental), 21 EMEIs (Escolas de Educação Infantil), além dos dois CEUs (Centro Educacionais Unificados).

Conforme os dados mais recentes do Observatório Cidadão, em 2015, 8.740 crianças de 4 a 6 anos foram atendidas na pré-escola (existem 15.097 meninas e meninas nessa faixa etária). Embora a taxa seja inferior ao ano anterior (quando haviam sido matriculadas 9.015 para o total de 15.269), ela é uma das mais altas em comparação com as 32 prefeituras regionais.

Já no atendimento nas creches municipais, também houve aumento no mesmo ano, com 11.029 matrículas para 23.539 crianças de 0 a 3 anos.

Enquanto isso, no quesito saúde, ainda de acordo com dados da pasta municipal, existem na região 16 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e prontos Socorros, 5 AMAs (Atendimentos Médicos Ambulatoriais), 1 hospital e 1 hospital de especialidades.

Conforme indicadores revelados pelo Observatório Cidadão, no geral, há muito o que se comemorar. Declinaram, por exemplo, o número de mortalidades por Aids, infantil, maternas, por causas externas, por causas mal definidas e por doenças do aparelho respiratório.

Em contrapartida, a expectativa de vida caiu, o que surpreendeu o segurança Oliveira, que revelou desconhecer o índice. O tempo médio de vida é pouco mais de dois anos acima da idade do morador: 62,2 — índice inferior ao último levantamento (63), uma das piores taxas de São Paulo. “Acredito que seja por causa da ausência de investimentos no bairro”, palpita.

Neste ano, a região passou a ser administrada pelo jornalista Edson Marques Pereira que, entre outras funções, iniciou a carreira pública na Administração Regional de Itaquera.

Foto: Milton Jung/ Flickr

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