A audiência contou com um público aproximado de 200 pessoas
Por: Redação
Publicado em 10.04.2017 | 20:00 | Alterado em 10.04.2017 | 20:00
Jacira Reis, 59, moradora do Jardim Jaçanã, advogada, presidente do IDEAM Instituto de Defesa e Apoio da Mulher e representante da Rede Social Jaçanã/Tremembé foi uma das 17 pessoas a falar na audiência pública do Plano de Metas, ocorrida no último sábado (8), na região do Jaçanã/Tremembé. Em seus três minutos pediu uma casa para atender mulheres vítimas de violência e a ideia foi aplaudida por todos os presentes.
“Sabemos, pelo número de mulheres que atendemos, que o índice de violência aqui na região é muito alto em relação a elas. Inclusive, nós temos um abaixo assinado também para fazer uma delegacia da mulher anexa ao 73º DP. E também vimos a necessidade de uma casa de acolhimento à mulher vítima de violência, que não pode voltar para casa e muitas vezes não tem familiar”, explicou.
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A maior parte dos moradores presentes no CEU Jaçanã sugeriu melhoras na área de saúde. Jaqueline Almeida, 30, dona de casa e moradora da Vila Zilda, estava no auditório com o filho Brian, de dois meses. Ela também é mãe de outras duas meninas, uma de 14 anos e outra de 12, que teve paralisia cerebral e usa cadeira de rodas. “Fui marcar consulta no ginecologista para só daqui a seis meses. Pediatra para ele – aponta para Brian – sabe para quando? No mês de agosto. Não consigo nada para minha filha especial. Faz três anos que ela está sem fisioterapia, desde que ela fez a cirurgia no quadril. Ela fazia na clínica da Uni Sant’Anna, que ficava perto da caixa d’água da avenida Guapira, mas fechou. Ela passa agora na AACD e está no SUS esperando uma cadeira de rodas nova porque cresceu, a dela ficou pequena e está machucando o local da cirurgia”, desabafou.
Edna Vigário Lopes, 72, pensionista, moradora do Jardim Hebrom, também fala da demora dos atendimentos de saúde. “Estou com encaminhamento para o ouvido desde agosto do ano passado. Moro aqui e marcaram para mim lá na Freguesia do Ó, justo no dia que teve greve dos ônibus e eu perdi. Voltei para a fila de espera de novo. Fui ao cardiologista e fiz um exame. E o outro exame? Estou na fila de espera de dois exames. Quando vou fazer? Quando vou conseguir atestado”, questionou.
A audiência contou com um público aproximado de 200 pessoas, entre moradores e líderes comunitários, homens e mulheres de todas as idades, crianças e idosos. O evento começou com um vídeo de apresentação dos resultados dos primeiros 90 dias da atual prefeitura regional, mostrando ações do programa Cidade Linda, desassoreamento e limpeza do Córrego da Paciência, reparos em calçadas e guias, buracos tapados e etc.
Na entrada havia lista de presença e em uma mesa havia um jornal de 16 páginas contendo as 50 metas divididas em 5 eixos, com 433 linhas de ação e 325 intervenções (obras e reformas). As inscrições para fala foram feitas no início do evento e, ao todo, 17 pessoas expuseram as demandas em três minutos cada uma.
O representante escolhido pelo prefeito João Doria (PSDB) para apresentar o roteiro do Programa de Metas na região foi Edson Aparecido dos Santos, presidente da Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo). A mesa também contava com a participação do prefeito regional do Jaçanã/Tremembé, Alexandre Pires.
Além da saúde e da violência contra a mulher, as reivindicações passaram por temas, como habitação, transporte, segurança alimentar e nutricional, críticas às condições do Hospital Municipal São Luiz Gonzaga e das Unidades Básicas de Saúde dos bairros da região.
A avaliação de Pires sobre a audiência foi positiva. “Foi superpositivo porque a partir do momento que você consegue reunir diversas lideranças, de segmentos diferentes para estar discutindo propostas de políticas públicas para a região é excepcional para a gente”, disse.
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Fotos: Aline Kátia Melo
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