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Sé traz maior acessibilidade ao trabalho, mas também o convívio com a violência

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Por: Redação

Publicado em 20.01.2017 | 13:16 | Alterado em 20.01.2017 | 13:16

Tempo de leitura: 2 min(s)

Quem nunca sonhou em morar próximo ao trabalho? Ter mais horas de sono e não precisar enfrentar um fator determinante que desencadeie o estresse no cotidiano, como o trânsito? Seja em veículo próprio ou em transporte público, o trânsito frequentemente faz com que trabalhadores percam mais tempo do que deveriam no caminho até as suas casas ou até o trabalho. Isso ocorre, principalmente, quando o deslocamento para a região central da cidade está envolvido no trajeto.

“Eu moro na Sé, há cerca de 15 anos. Quando me mudei pra cá foi justamente para garantir uma vaga de trabalho. Estava recém formado e desempregado e a vaga dava prioridade a quem morasse perto. Consegui encontrar um lugar para residir a 10 minutos de distância do trabalho”, diz Bento Trivella, 50, que é professor de história.

Trivella ainda fala sobre o alto custo de vida em questão da moradia e a qualidade de bem estar. “Não é barato, moro de aluguel até hoje. Infelizmente, ainda não consegui comprar o meu espaço. O valor que pago por um apartamento pequeno seria o custo de uma casa grande em outros bairros não centrais. Embora haja isso, eu não troco, pois consigo economizar bastante com condução e fujo sempre das greves de metrô para ir trabalhar”.

Por dia, cerca de 100 mil pessoas passam pela estação da Sé, seja para trabalhar, em busca de emprego, ou até para se divertir. Segundo o Observatório do Cidadão, a prefeitura regional da Sé é a segundo com mais vagas de empregos por 10 mil habitantes, com 16.433,2. O dado é 2014, o mais recente.

Mas, a sensação de insegurança na região também é grande. Ela tem um alto grau de homicídios, por exemplo, com 39 homicídios em 2014. Com base em dados fornecidos pela Secretária da Segurança Pública, esses homicídios muitas vezes são resultados de tentativas de assalto.  No ano passado, a 001 DP (Distrito Policial)-Sé registrou em média 15 mil ocorrências por mês referente a roubos, furtos e homicídios. A prefeitura regional é responsável pelos distritos do Brás, da Liberdade, do Cambuci, do Bom Retiro, de Santa Cecília e da República, além da Sé Todos registraram altos índices de criminalidade.

A estudante de direito, Bruna Siqueira, 20, passa pela estação Pedro II do metrô todos os dias e já foi assaltada cinco vezes à luz do dia. Uma das ocorrências foi na Praça da Sé. “Eu passo por aqui para trabalhar e estudar. No ano passado, meus pais receberam uma proposta de vir morar aqui, porém recusamos pelo medo que temos do alto índice de criminalidade”. Bruna perdeu o seu irmão, que era comerciante, há dois anos atrás em uma tentativa de assalto na região.

Foto: Wikipédia

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